O Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless está longe de ser um museu convencional. O pavilhão de 10.000 metros quadrados na região “futurista” de Odaiba, em Tóquio, combina projeções, cores, formas e sons para criar uma experiência multi-sensorial, imersiva e interativa.
A arte digital está conceitualmente ligada à tecnologia, pois é produzida no ambiente computacional. E quando pensamos em um museu de arte digital em um dos países que mais criam e utilizam novas tecnologias, como é o caso do Japão? Tem tudo para dar muito certo!
Mas por que um nome tão comprido?
Mori Building é uma companhia de desenvolvimento de centros urbanos inovadores e sustentáveis, agregando espaços para negócios, moradias, educação e lazer. Considera o investimento em arte e cultura uma de suas missões primárias e isso a levou a estabelecer e operar instalações culturais como o Mori Art Museum e o Mori Building Digital Art Museum: teamLab Borderless (não confundir, são museus distintos), entre outras.
teamLab é um coletivo de arte interdisciplinar, envolvendo não só artistas mas também engenheiros, programadores, matemáticos, especialistas em computação gráfica e arquitetos. Possuem trabalhos expostos em museus de vários países, como EUA, Austrália e Finlândia.
A parceria entre ambos e o uso da tecnologia digital para libertar a arte dos limites físicos e misturá-la ao mundo, à natureza e aos seres humanos resultou neste espetacular museu.
Mori Building Digital Art Museum: teamLab Borderless
Antes de entrar, uma senhora fila. Cheguei lá meio desavisada, já era de tarde, e tomei um pequeno susto pois parecia que todas as pessoas ali já tinham o seu ingresso na mão. Tive sorte e consegui comprar ingresso na hora. Ufa.
Da fila no lado de fora não enxerguei nada no interior no museu. Quando a entrada é liberada para mais uma leva de pessoas, todas saem sorrindo e quase correndo, como crianças. Passei por um corredor escuro e atravessei por uma cortina pesada, e aí um outro mundo se mostrou.
Logo após entrar, já estava rodeada de flores e borboletas virtuais de todas as cores! Bate uma euforia que mistura a vontade de ficar ali mergulhada naquela beleza toda com a expectativa em explorar os demais espaços.
Divisórias e paredes formam quase um labirinto, muitas vezes separados pelas mesmas cortinas pesadas da entrada. Não é difícil passar batido pela entrada para outra seção. Os visitantes são instigados a descobrir os recantos do museu e até mesmo desafiados a encontrar cada um de seus espaços.
“Um mundo de arte sem fronteiras, um museu sem um mapa”
Não há mapa ou percurso sugerido. Pelo contrário, faz parte da diversão descobrir outras áreas com obras diferentes. Por outro lado, é praticamente impossível ver tudo o que o museu tem a mostrar, até mesmo porque as obras estão em constante movimento e interação umas com as outras. Isso significa que uma mesma obra não será vista duas vezes da mesma maneira. Sair de uma ala e depois de alguns minutos voltar para a mesma pode dar a sensação de que estamos em outro lugar, quando na verdade é o mesmo, só com um cenário diferente.
Quase a totalidade do museu possui ambientes escuros, para que os feixes de luz e as projeções fiquem ainda mais em evidência.
A obra abaixo é projetada em um ambiente com parede curva, praticamente em “U”. Esses pássaros voam e percorrem diversos caminhos pelo “céu”. Combinado com a música mágica que acompanha os bichos, é quase como se estivéssemos voando junto. Uau!
Aliás, o som é um elemento imprescindível na experiência. Sons da natureza, de instrumentos musicais japoneses e músicas épicas ajudam a nos transportar para outra dimensão.
Espelhos também são utilizados para amplificar a sensação de espaço e o efeito das imagens projetadas. Esta obra abaixo, Crystal World, combina os espelhos com inúmeras mangueiras de LED penduradas desde o teto, acendendo e apagando em cores e frequências diferentes. É incrível! Fiquei olhando para cima, vendo as luzes descendo, e me senti viajando no espaço em uma nave de Star Wars. 😛
Obras disputadas
Algumas das obras limitam a quantidade de pessoas em seu interior e formam-se filas para acessá-las. Em uma delas, Floating Nest, fiquei mais de hora aguardando para entrar. Mas não é tempo perdido, pois enquanto isso as projeções seguem passando pelos corredores do museu. Nesse período de tempo, vi sapos e coelhos gigantes dançando, desfile de samurais tocando instrumentos musicais, chuvas de flores e revoadas de borboletas. 😀
Outra seção que tinha uma fila gigante era Forest of Lamps. Deixei mais para o fim da visita, mais próximo ao horário de fechamento. O museu já tinha bem menos gente e fiquei apenas uns cinco minutos na fila. E valeu muito a pena. É uma das obras mais lindas.
A sala é completamente espelhada (paredes e chão) e as lâmpadas vão aos poucos mudando de cor. Maravilhoso!
Outra seção muito legal é a da Athletics Forest, que nos permite bastante interação física com as obras. Por exemplo, há uma espécie de floresta de balanços iluminados onde vamos passando “de galho em galho”, ou a parte repleta de ovos gigantes que mudam de cor quando os tocamos:
No caminho para sair do museu ainda descobri mais uma entradinha que ainda não tinha visto. Era a Memory of Topography.
Precisei um pouco de paciência para entrar no museu, mas difícil mesmo é sair de lá de dentro. Não dá vontade de voltar para o mundo real.
Vídeo
Enfim, é praticamente impossível descrever este museu em palavras, e fotos dão uma ínfima ideia a respeito dele. Para ilustrar um pouco melhor, deixo aqui o vídeo oficial do Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless. Assiste! Tem só um minutinho de duração. 😉
No site deles há diversos outros vídeos, mostrando cada uma das obras e explicando um pouco o conceito delas. Vale a pena conferir.
E, se tu estás de viagem marcada para Tóquio, não deixa de incluir esse museu na tua programação!
Informações
Ingressos: adultos 3200 ienes / crianças 1000 ienes (aproximadamente R$ 115 / R$ 36 na cotação de maio/2019).
- sim, é caro. Mas vale cada centavo.
- é altamente recomendado comprar o ingresso com antecedência. Tivemos sorte de conseguir comprar na hora, mas aconselho não correr o risco.
App: o app teamLab permite interferir nas obras de arte. Disponível na Apple Store e Google Play. Não cheguei a experimentá-lo.
Horário de funcionamento: Dias de semana das 10h às 19h. Fins de semana e feriados, das 10h às 21h. Fechado na segunda e na quarta terça-feira de cada mês. Podem variar conforme a estação do ano.
Tempo recomendado para a visita: cerca de quatro horas. A fila para entrar pode tomar algum tempo, além de fila para uma ou outra obra.
Guarda-volumes: há armários disponíveis para deixar mochilas, casacos e etc. Funcionam com uma moeda de 100 ienes, retornável ao fim do uso.
Leva algum dinheiro contigo. Caso dê fome ou sede, há recantos no museu com máquinas de bebidas e de lanchinhos. Há também a En Tea House, que além de casa de chá é uma extensão do museu, pois flores digitais “crescem” dentro da xícara de chá do visitante! Ficou entre as áreas que não visitei.
Para mais informações, consulta o site oficial .
Blogagem coletiva Museum Week
Este post faz parte da blogagem coletiva sobre o tema #museumweek, em parceria com diversos blogs de viagem.
Confere o que eles escreveram sobre outros museus no Brasil e no mundo:
- Cantinho de Ná – Top 3 museus em Nashville: música, história e arte.
- Let’s Fly Away – 7 Museus em Chicago: Museum Week.
- Destinos por onde andei… – Royal Ontario Museum, Toronto, o que ver?
- Ligado em Viagem – Guia completo para o Museu de História Natural de Londres.
- Viagem Lado B – Museu do Futebol.
- Qualquer viagem. Eu vou! Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil – Bairro da Liberdade.
- Uma Viagem Diferente – 5 Museus para conhecer em Santiago do Chile.
- Foco no Mundo – Museus em Nova York: 5 opções imperdíveis que fogem um pouco do comum.
- Mapeando Mundo – Museum Week 2019: Top 5 museus para ver Monet.
- Chicas Lokas – Museu de Imagens do Inconsciente no Rio de Janeiro.
- Tripping Unicorn – Museu das Civilizações Asiáticas em Singapura.
- Viagens Invisíveis – Museu do Vinho em Cafayate, Argentina.
- Pelo Mundo com Manu – Museu do Amanhã – Rio de Janeiro/RJ.
- Mulher Casada Viaja – Um dia no Museu Catavento de São Paulo.
- Fui ser Viajante – Museus de Madrid: como visitar os mais famosos de graça!
- Vamos Por Aí – Pinacoteca de São Paulo e o Projeto Educateca para crianças.
- Dani Turismo – Museu Emílio Goeldi em Belém.
- Trilhas e Cantos – Os Museus de Zagreb, na Croácia.
A visita ao Museu de Arte Digital em Tóquio: Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless aconteceu durante minha viagem ao Japão em janeiro de 2019. Confere aqui o roteiro (e o resumo) desta viagem.
Outros posts sobre essa viagem:
Banhos japoneses: onsen, sentō e outros
Hospedagem tradicional japonesa: ryokan
O blog fica muito melhor e mais completo com tua participação. Tens alguma sugestão para dar, alguma informação a acrescentar, alguma dúvida? Deixa nos comentários 😉
13 de maio de 2019 at 13:12
Gente pelas fotos parece incrível. Eu nunca tinha ouvido falar de um museu de arte digital mas faz todo sentido né? Ainda mais no Japão. hehehehe
13 de maio de 2019 at 14:59
Tudo a ver, né? Arte digital = tecnologia = Japão! 😀
Obrigada pelo comentário!
13 de maio de 2019 at 17:50
Que lindo o Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless. Há coisas que só encontramos em Tokyo. Muita vontade de conhecer. Excelente post.
13 de maio de 2019 at 18:44
Obrigada pelo elogio! 🙂
É verdade, tem coisas que só vemos em Tóquio. Que cidade incrível…
14 de maio de 2019 at 02:38
Maravilhoso é pouco para definir este museu. Realmente o nome impressiona pro tamanho e estranheza, mas quando o visitante entra, é só maravilha que se descortina diante dos seus olhos.
Adoraria conhecer e ver de perto estas projeções encantadoras, parecidas com os mais belos quadros de arte.
Amei, lindo post, ótima dica!
14 de maio de 2019 at 02:40
Corrigindo: pelo tamanho e estranheza, rsrs.
14 de maio de 2019 at 18:17
Muito obrigada pelo comentário, Gisele!
Espero que um dia tu possas visitar o Japão e conhecer esse país e esse museu fantásticos. É uma viagem muito encantadora!
14 de maio de 2019 at 15:42
Que demais! Deve ser um museu muito divertido =) Achei bem diferente e criativo, mas não dava para esperar menos do Japão, né? rs
14 de maio de 2019 at 18:14
Oi, Débora!
Sim, muito divertido. Todos se sentem crianças lá dentro. 😀
Japão é surreal, se ainda não conheces, recomendo muito!
14 de maio de 2019 at 15:53
Nossa, é lindo demais! As fotos são incríveis, mas, realmente, o vídeo é imprescindível para vermos os movimentos e ouvirmos os sons. Imagina pessoalmente então! Parabéns pelo post.
14 de maio de 2019 at 18:13
Olá, Edileia!
É, somente as fotos não dão a noção de movimento e da combinação com o som.
Obrigada pelo elogio!
15 de maio de 2019 at 07:58
Arrasou no post! Parece realmente fantástico. Tive a oportunidade de ver uma pequenba exibição do TeamLab em Singapura e amei. Fiquei morrendo de vontade de ir no de Tóquio. Quem sabe na próxima!
15 de maio de 2019 at 18:46
Muita gentileza tua, Patti!
Que legal que tu viste o teamLab em Singapura! Virei super fã, se eu cruzar com eles em qualquer canto do mundo não vou perder a oportunidade.
Tomara que tu possas conhecer esse museu também!
15 de maio de 2019 at 11:46
Sensacional esse museu. Fiquei com muita vontade de conhece-lo um dia! Excelente dica!
15 de maio de 2019 at 18:43
Obrigada, Diego! Tomara que tu tenhas a oportunidade de conhecê-lo!
15 de maio de 2019 at 15:53
Nossa, que museu maravilhoso!!! Fiquei super curiosa e com vontade de conhece-lo. Já vi obras de arte digital e imersiva, mas nada parecido com isso.
Lindíssimo!!
15 de maio de 2019 at 18:42
Maravilhoso, não? 😀
Abraço!
15 de maio de 2019 at 16:30
Que demais esse museu!!! Já anotei a dica pois quero muito conhecer, deve ser uma experiência e tanto! Boa escolha para celebrar a Museum Week
15 de maio de 2019 at 18:40
Sem dúvidas, é uma experiência e tanto!
Obrigada pelo comentário!
16 de maio de 2019 at 10:06
Meu Deus, que coisa fantástica este museu! O futuro chegou, foi a sensação que tive ao ler seu post. Obrigada por compartilhar, anotado!
16 de maio de 2019 at 19:41
Eu é que agradeço o comentário, Márcia!
18 de maio de 2019 at 18:56
Como eu nunca tinha ouvido falar desse museu??? Amei demais o post, me imaginei lá dentro. Que sonho!
19 de maio de 2019 at 12:19
Obrigada, Nívia!
Mesmo lá dentro, a gente se sente em um sonho! 😀
18 de maio de 2019 at 20:19
Que museu incrível! Que proposta diferente! Cores, luzes… Pode até ser caro, mas às vezes pagamos mais que isso por experiência não tão recompensantes.
19 de maio de 2019 at 12:22
É verdade, Denise! É muito frustrante pagar por algo que não atende às expectativas… Mas nesse caso, foi um dinheiro muito bem gasto!
19 de maio de 2019 at 09:37
Que delícia de Museu! Geralmente os museus com projeções e arte interativa entram na minha listinha de favoritos! Adorei!!!
19 de maio de 2019 at 12:25
Depois desse, estes museus passaram a constar na minha listinha de favoritos também! 😀
Obrigada pelo comentário, Emilia!
21 de maio de 2019 at 15:41
Uau!!! Que experiência diferente visitar esse museu! Sabe que o Japão nunca esteve no meu radar, mas ultimamente tenho pensado muito em visitar! Seu post me deu mais vontade!
21 de maio de 2019 at 17:58
Pensa com carinho a respeito de visitar o Japão… Eu fiquei encantada!
Há muitas, muitas coisas diferentes por lá. É uma viagem muito peculiar.
E se eu puder ajudar nesse planejamento, estou à disposição. 😉
24 de maio de 2019 at 19:02
O Japão está na minha lista do ano que vem, então confesso que não resisti ao seu post! Ando lendo tudo, e já coloquei esse museu super tecnológico e futurista dentro do meu roteiro! Obrigada pela dica!
24 de maio de 2019 at 19:06
Que legal, Klécia!
Tenho certeza que vais amar o museu e o Japão como um todo! Eu voltei apaixonada!
Excelente viagem para ti!
5 de junho de 2019 at 16:31
Eu acredito que nada é caro se tratando de cultura e arte, mas, com certeza, nós não estamos acostumados a pagar esse valor nos museus no Brasil. As projeções em led são fantásticas! Imaginei uma sala revestida de espelhos e com uma floresta de lampadas para todos os lados. Que demais! Viva a arte!
5 de junho de 2019 at 20:53
Disseste tudo, Danielle! Viva a arte!
18 de julho de 2019 at 17:27
Gente, que museu é esse? E essas fotos? Louca pra conhecer agora.
20 de julho de 2019 at 23:04
😀 Esse museu é mesmo uma loucura, Cynara!