Durante nossa viagem pelo Sul da Itália (lê aqui o roteiro), passamos um dia na incrível cidade de Pompeia.
Chegando em Pompeia
Partimos de Nápoles, pegando o trem da EAV (antiga Circumvesuviana) na Estação Central. Apesar de ter muita gente comprando na hora o bilhete para o trem, não ficamos mais do que cinco minutos na fila. Nesse meio tempo, apareceram algumas pessoas oferecendo um serviço alternativo de ônibus com ar condicionado até Pompeia. Obviamente era um pouco mais caro (algo em torno de 8 euros, não me recordo exatamente), mas boa opção para quem quer ir com um pouco mais de conforto.
Como a partir daqui nossa viagem só foi cada vez mais ao sul da Itália, já adianto a nossa experiência com o transporte público em geral: trens e ônibus atrasam com frequência. Esse trem da EAV é um enorme downgrade para quem veio de Roma para Nápoles em um Frecciarossa da Trenitália: o trem é velho, mal-cuidado, todo pichado, não tem ar condicionado e muita gente viaja em pé.
Apesar de termos planejado o horário que pegaríamos o trem consultando no site da empresa (vê aqui, a linha é a Napoli-Sorrento), o trem chegou com uns 15 minutos de atraso. Assim que as portas abriram, foi aquele acotovelamento para entrar. Tivemos sorte de pegar dois assentos, mas muita gente foi em pé até Pompeia. Além de tudo, é muito quente dentro dos vagões.
Cerca de quarenta minutos depois descemos na estação Pompei Scavi – Villa dei Misteri.
Depósito de bagagens
Estávamos com nossas bagagens, pois no final do dia seguiríamos para Sorrento, então utilizamos o guarda-volumes que tem junto à entrada. Há vários armários automáticos pequenos e médios, mas para quem estiver com malas grandes, há um depósito de bagagens ao lado da bilheteria. Todos gratuitos.
Visita ao sítio arqueológico de Pompeia
Pois bem, compramos os ingressos, pegamos um mapa do local e finalmente entramos. Olhamos para o mapa e… gente, o lugar é imenso! E agora? Por onde começar? Tem muita coisa para ser vista e, com o calor que estava, não seria nada proveitoso ficar indo e voltando.
Fomos seguindo o caminho após a entrada, embasbacados com o que estávamos vendo. Uma das primeiras coisas foi o Santuario di Venere, com alguns arqueólogos trabalhando.
Passamos pela Basilica e chegamos no Foro e Santuario di Apolo. Aqui há parte dos moldes das pessoas e de animais que morreram sob as cinzas da erupção de 79 d.C., além de diversos objetos. Impressionante… 🙁
Depois desse deslumbramento inicial dos primeiros minutos, pegamos o mapa que recebemos e marcamos à caneta os pontos que eles mesmos indicam como must see atractions.
A melhor dica que posso dar, e que eu gostaria de ter lido antes de ir, é: baixem o mapa (clicando aqui) que eles disponibilizam no site, é idêntico ao que eles fornecem lá. Imprimam ou salvem e marquem os pontos das atrações imperdíveis (está nesse mesmo PDF do mapa) e planejem uma rota.
Nós fizemos, aproximadamente, assim: setor VII, depois VIII, I e II, até o Anfiteatro e a Necropoli di Porta Nocera. Íamos contornar os setores III e IV pela parte bem externa, mas esse caminho estava interditado, então voltamos pela Via dell’Abbondanza e passamos pelos setores IX, V e VI.
Impressões sobre Pompeia
É muito louco pensar que a mesma tragédia que matou centenas de pessoas foi o que permitiu manter essa cidade praticamente intacta. Muito do que se sabe hoje sobre a vida dos romanos nessa época veio depois que Pompeia e outras cidades da região, soterradas por cinzas, foram escavadas.
Está quase tudo lá: casas, mansões, teatros, templos, lojas… Objetos de uso comum e decorativos, estátuas, chãos em mosaico, pinturas nas paredes… É uma viagem no tempo.
Muitos dos objetos encontrados durante as escavações estão no Museu Arqueológico de Nápoles. Tenho certeza que a visita ao Museu enriqueceria ainda mais a experiência, mas não deu para encaixar no roteiro.
Depois de quase cinco horas lá dentro, estávamos podres de cansados. Ainda mais porque o sol estava judiando da gente – não existem muitas sombras para descansar. Em vários pontos existem fontes de água potável para abastecer a garrafa e dar uma refrescada, mas até essa água estava morna.
Entramos em quase todas atrações imperdíveis e mais algumas outras que passávamos e resolvíamos ver. Como disse antes, tem muita coisa para ser vista, e acabamos deixando de lado bastante coisa. Acredito que fazer um planejamento da visita pode fazer bastante diferença (a não ser que haja um guia acompanhando), ainda mais nos meses de verão.
Mas, mesmo no improviso e com o sol escaldante, nossa experiência foi incrível e inesquecível! Não deixem de conhecer esse lugar!
Para quem quiser complementar a visita (ou planejá-la melhor), o site oficial de Pompeia também oferece um guia bem legal (link para a versão em inglês, há outras opções de idiomas, mas não português).
Voltamos à Porta Marina, mesmo local por onde entramos, e retiramos nossas bagagens. Ali há alguns restaurantes e lojas de souvenirs (logicamente tudo inflacionado), fizemos um lanche. Aguardamos o próximo trem, que novamente atrasou uns 15 minutos, e seguimos para Sorrento, nossa cidade-base seguinte.
Lê também:
- Roteiro de 3 dias em Roma para a terceira idade
- Roma pela segunda vez: relato de viagem
- Necrópole do Vaticano e o túmulo de São Pedro
- Visita noturna ao Coliseu
Nossa viagem a Pompeia aconteceu em 12 de julho de 2017.
O blog fica muito melhor e mais completo com tua participação. Tens alguma sugestão para dar, alguma informação a acrescentar, alguma dúvida? Deixa nos comentários 😉
2 de maio de 2018 at 18:02
Olá, estamos indo para Pompeia em agosto. Iremos de Roma direto com nossas malas. Vc sabe se há um nr máximo de malas ou tamanho que possam ser guardadas nos lockers na porta Marina? Pelo que voce explicou esse serviço é gratuito, né? achei muito prático. Parabéns pelo blog!
2 de maio de 2018 at 19:42
Olá, Carla!
Obrigada pelo elogio! 🙂
Exatamente, este serviço é gratuito e muito prático! Não havia nenhuma informação a respeito de número máximo de malas por pessoa. Na área dos lockers é tudo automatizado, não fica nenhum funcionário controlando quantos armários a pessoa está utilizando nem nada do tipo. Chegando cedo e tendo armários disponíveis não há problema em usar mais de um. Quanto ao tamanho, nós estávamos com uma mochila de 40 litros (eu) e uma mala de bordo (meu marido), cada um usou um locker (chega a caber uma mala média ali).
Para volumes maiores (malas grandes ou mochilões de 60 litros ou mais) há um depósito de bagagens atendido por funcionários, ao lado da bilheteria. Também é gratuito.
Tenham uma excelente viagem!
6 de dezembro de 2018 at 17:38
Ainda não conheço, mas está na calha para fazer parte dos destinos de viagem: uma história surpreendente, lendária… a minha curiosidade está nos limites 🙂
6 de dezembro de 2018 at 17:40
É um mergulho na história! Supera todas as expectativas.
7 de dezembro de 2018 at 11:30
Essa viagem deve ser um banho de história impressionante mesmo!
7 de dezembro de 2018 at 13:51
Exatamente isso! 🙂
7 de dezembro de 2018 at 12:17
Adorei o texto! Eu não imaginava que Pompeia fosse tão grande, que houvesse tanta coisa para se conhecer. Você sabe dizer se de ônibus é muito mais demorado que ir de trem? Talvez pelo conforto do ar condicionado e de não ter que viajar em pé a diferença de preço valha a pena…
7 de dezembro de 2018 at 13:55
Obrigada!
Infelizmente não peguei essa informação do tempo que o ônibus leva pra chegar lá. Mas se for na alta temporada de verão, como fui, a diferença de preço vale a pena sim, pelo conforto. No trem faz muito calor!
7 de dezembro de 2018 at 13:38
Pompeia é um dos lugares neste vasto mundo que tenho imensa vontade de conhecer. A Itália é um país fantástico e esta cidade – especialmente por conta da tragédia que viveu – deve ser um lugar interessante e intrigante.
Impressionante como você menciona no texto!
Nada é por acaso e mesmo nos momentos trágicos pode-se aprender algo, não?! Neste caso a história dos romanos que terminou sobrevivendo aos séculos permitindo amplo conhecimento através das cinzas de Pompeia.
Lendo sua narrativa me perguntava como deve ser estar aí ao vivo e em cores.
Boas informações sobre os trens e o mapa. As imagens me ajudaram a entender um pouco mais do “cenário” da vida real e é de fato surpreendente! Só não curti o sol! Detesto calor, então escolherei um mês de temperatura mais amena para visitar Pompeia!
7 de dezembro de 2018 at 14:01
Muito obrigada pelo comentário!
Realmente, o calor judia. Só podíamos ir nessa época (meu marido é professor), mas se podes ir em outra é o ideal: temperaturas mais amenas e menos gente.
8 de dezembro de 2018 at 12:30
Pompéia está no meu imaginário há muitos anos. Meus pais foram quando eu era criança e fiquei muito impressionada com as fotos do lugar. Quero muito ver de perto e seu post relembrou essa vontade, além de ter trazido muitas dicas práticas.
8 de dezembro de 2018 at 15:12
Que legal, Fabíola!
Eu tb sonhava vendo fotos de Pompeia, e poder ter visto de pertinho foi de arrepiar.
9 de dezembro de 2018 at 17:22
É impressionante a quantidade de informações e vestígios que essa cidade guardou desses momentos. E, apesar do calorão acho que vocês aproveitaram bastante, sim!
9 de dezembro de 2018 at 17:57
Esse lugar é um tesouro, uma fonte riquíssima de informações!
10 de dezembro de 2018 at 11:40
Olá Helen! Sou louco para conhecer Pompéia e fotografar toda essa história em forma de ruínas. Deve ser emocionante.
10 de dezembro de 2018 at 11:58
Olá, Fabio!
É sim, é emocionante.
Tu vais pirar querendo fotografar cada cantinho!
12 de dezembro de 2018 at 12:01
Este lugar é mesmo incrível não é? Eu adorei Pompei. Já lá estive há quase 20 anos e não me esqueço de nada. Fabuloso.
12 de dezembro de 2018 at 16:54
Sim, tudo é incrível demais. Não tem como esquecer!
12 de dezembro de 2018 at 12:18
Eu me lembro a emoção que me invadiu quando pisei no Coliseu pela primeira vez! Eu não vejo a hora de conhecer Pompeia. Deve ser uma experiência similar, se não mais intensa. Abraços e parabéns pelo post, belíssimo!
12 de dezembro de 2018 at 18:45
Muito obrigada pelo elogio!
A experiência é similar sim, também fiquei emocionada ao entrar pela primeira vez no Coliseu e em Pompeia a sensação foi bem parecida.