Esta cidade maravilhosa entrou como stopover no roteiro da nossa viagem pelo Sudeste Asiático. Por dois motivos: primeiro, não queríamos atravessar o mundo direto, um voo atrás do outro, sem parar em uma cidade para descansar. Segundo, em busca das passagens mais em conta, após inúmeras combinações de dinheiro e milhas, Amsterdã surgiu como uma bela parada, e decidimos ficar cinco dias nesta cidade na volta da Ásia. Nosso retorno ficou assim: Phuket, Amsterdã (cinco dias), São Paulo, Porto Alegre. Uma delícia de stopover! O roteiro com o resumo do que fizemos em Amsterdã pode ser visto neste post. Dito isso, vamos ao relato.
Primeiro dia:
O avião pousou em Schiphol, aeroporto internacional de Amsterdã, pelas seis da manhã. Noite fechada. Taxeou por uns 15 minutos até encostar no finger, que aeroporto imenso!
Na imigração, o funcionário me fez várias perguntas. De onde você está vindo?-Da Tailândia. O que você veio fazer nos Países Baixos?-Turismo. E quantos dias vai ficar aqui?-Cinco. Por que só cinco?-Porque tenho que voltar a trabalhar. Ok, bem-vinda aos Países Baixos.-Obrigada.
Depois de mim, o mesmo cara atendeu o Rodrigo. Você está com ela?-Sim. Bem-vindo aos Países Baixos! 😀 acho que ele não foi com a minha cara, mas pelo menos minhas respostas inspiraram confiança 😀 .
Chegando na esteira de bagagens, uma surpresa: nossos mochilões estavam cheios de placas brancas que pareciam gelo, mas mais de perto, pelo cheiro e pela consistência, vimos que era… água de coco congelada! Eca, uma lambuzeira só! Aquele troço ia aos pouquinhos derretendo e fazendo ainda mais meleca. Algum infeliz resolveu trazer um carregamento de água de coco da Tailândia no mesmo voo que nós, e vazou bem em cima das nossas mochilas. Ainda bem que a gente colocou capa nelas e deu uma boa segurada para não melecar as roupas também.
Fomos ao posto de informações turísticas, chegamos bem na hora que eles estavam abrindo (7 horas). Aproveitamos para pegar um mapa da cidade e perguntamos qual a melhor forma de chegar ao nosso hotel. Foi bom ir lá perguntar, a rota que ela deu foi mais simples do que o aplicativo (Maps.me) sugeria. Ela disse que poderíamos comprar os tíquetes de trem com ela, mas que se tívessemos trocado para comprar direto na máquina seria mais barato. Tínhamos trocado e compramos na máquina automática, bem simples de usar.
Não foi preciso sair do aeroporto para pegar o trem, ali mesmo em um dos saguões já tem as escadas rolantes que levam às plataformas no subsolo. Não tem roletas nem nada, temos que validar o tíquete em uma das máquinas, antes de descer pela escada rolante já tem várias delas.
Na plataforma, painéis mostravam qual seria o próximo trem e em quantos minutos ele chegaria à estação. Quanta organização (invejinha…)! Acredito que o nosso, com destino a Amsterdam Centraal (estação central de trens), tenha sido o segundo a passar, não levou dez minutos para vir.
Um cenário já muito bonitinho no trajeto, apesar de ainda ser noite já dava para ver os típicos prédios pequenos de fachada de tijolos em variados tons de marrom.
Descendo em Amsterdam Centraal, precisávamos pegar o tram (bonde moderno) nº9. Muitas placas indicativas nos ajudaram a achar bem facilmente o seu ponto. Também não demorou nada para vir um, compramos os bilhetes em um guichê dentro do tram mesmo, a atendente bem simpática e solícita, nos explicou sobre os diferentes tipos de bilhete (para uma viagem, para 24 horas, etc). Compramos o para uma viagem mesmo. É preciso validar o bilhete ao embarcar (ou assim que comprar) e logo antes de descer, as maquininhas para validar ficam junto às portas.
Fui acompanhando pelo Maps.me o trajeto para saber onde descer, a parada mais próxima da Hotel Hortus é a Artis, meia quadra do hotel (hotel no nome, mas está mais para hostel).
O cara que nos recepcionou não foi muito acolhedor. Perguntou se sabíamos que o check-in era à uma da tarde, “sim, sabemos”, e nos mostrou onde poderíamos deixar nossas bagagens. Colocamos um pouco mais de roupas do que já tínhamos colocado no aeroporto e partimos para a rua.
O dia estava começando a clarear e tcharãn! O céu estava azul! Limpinho, sem nuvens. Pelo que havíamos lido durante o planejamento, dias como este durante o inverno em Amsterdã são raridades. Eu já tinha ido com o espírito preparado para cinco dias cinzentos e em boa parte com chuva, esse dia bonito foi um “bônus”! Decidimos aproveitar e só passear por tudo que pudéssemos de ambientes abertos, sem nos enfiarmos ainda em nenhum museu ou coisa assim.
Saímos andando em direção à região central, sem um caminho definido. Fomos curtindo ver os canais, as pontes, a arquitetura, as pessoas passando em suas bicicletas… Gente de bicicleta levando o cachorro, levando os filhos, levando as compras. Gente bem-vestida, de salto alto, de terno. Para eles a bicicleta é um meio de transporte como qualquer outro e eles usam para tudo na sua vida cotidiana. Muito legal!
Amsterdã tem algumas ruas com placas afixadas no chão, onde constam os nomes dos judeus que ali moravam e que foram levados pelos nazistas para os campos de concentração. Chegamos em uma dessas ruas (Nieuwe Keizersgracht) e foi bastante tocante pensar que aquelas “simples” plaquinhas significam uma coisa tão horrenda.
Chegamos à Rembrandtplein, praça bem legal com uma estátua de Rembrandt e diversas outras estátuas que formam a cena de um dos seus quadros mais famoso, “A Ronda Noturna”. Só encontramos um outro casal de turistas por ali naquele horário e pudemos tirar fotos uns para os outros.
Começamos a procurar um lugar para tomar um café da manhã, mas -credo- tudo era muito caro! Depois de uma meia dúzia de lugares achamos um mais simples e com preços mais convidativos e entramos. Um café com leite e um croissant de presunto e queijo e estávamos prontos para seguir caminho. Achamos interessante que esse lugar oferecia café vietnamita, comentamos com a moça que nos atendeu que estávamos vindo de viagem de lá. Ela disse que o dono adora o café vietnamita e que ela mesma tinha feito um mochilão de seis meses pela Ásia no ano anterior. A gente passou 30 dias e achou o máximo, aí ela disse que ficou meio ano, não sabe nem brincar 😉 😀 !
Seguimos até a Museumplein, não sem antes termos escapado por duas ou três vezes de sermos atropelados por alguma bicicleta que surgia do nada. Ainda bem que eles estão acostumados com turistas pateteando embasbacados com a beleza das ruas.
Tiramos fotos no famoso letreiro I Amsterdam, em frente ao Rijksmuseum. Também havia uma pista de patinação no gelo funcionando ali.
Depois, fomos ao Vondelpark. O lugar é bem bonito e agradável, havia muitas pessoas se exercitando, passeando com seus cachorros e alguns poucos com cara de turistas, como nós. Deve ser ótimo para sentar na grama, ler um livro e tomar um chimarrão 😛 .
Continuamos um bom tempo caminhando, só curtindo o aspecto peculiar da cidade. Entramos em algumas lojinhas de souvenirs e começamos a procurar um lugar para almoçar. Assim como para o café da manhã, os preços das refeições não eram muito amigáveis. Até que achamos o Vapiano, do lado da Rembrandtplein. É uma rede no estilo da nossa Spoleto, mas melhorada pois além da ilha das massas, tinha a ilha das pizzas, a ilha das saladas e a ilha das bebidas e sobremesas. Precinho camarada, comemos lá e a comida estava muito boa (somos suspeitos, amamos massas)!
Voltamos ao hotel para fazer o check-in, largamos as coisas no quarto e retomamos a atividade de andarilhos. Fomos fazer o roteiro sugerido pelo site Ducs Amsterdam, “No rastro do antigo muro da cidade de Amsterdam“.
Parênteses: a-do-ra-mos planejar viagens! A gente já começa a viajar meses antes, lendo blogs, sites, guias, vendo vídeos no youtube etc. Gostamos de utilizar diversas fontes de informação para tentar identificar melhor quais atividades de determinado destino gostaríamos de fazer e quais não, enfim, fazer um bom planejamento para otimizar a viagem ao máximo. Mas acho muito bom quando encontro um site que te explica TUDO sobre determinado destino! E esse é o caso do Ducs Amsterdam, tem tudinho lá para montar a viagem para Amsterdã e arredores, além de muito conteúdo cultural sobre o destino. Nota 10, na minha humilde opinião!
Seguindo: o primeiro ponto foi o Munttoren. Basicamente, este roteiro passa pelos pontos remanescentes do muro que um dia cercou a cidade (recomendo a leitura do link ali de cima para enriquecer essa informação 😉 ).
Uma esticadinha até o mercado de flores flutuantes (se eles tem até casas flutuantes, por que não teriam mercados 🙂 ). Mesmo no inverno, estava repleto de tulipas lindas.
Voltando ao roteiro recomendado, fomos até o Nieuwmarkt e o De Waag. Achei muito curiosa a informação no Ducs de que essa construção é mais antiga do que o Brasil 😮 , de 1488. Estava rolando uma feirinha e como adoramos feiras e mercados de produtos locais, demos uma conferida. Não compramos nada.
O último ponto da antiga muralha de Amsterdam é o Schreierstoren. A partir dali, deixamos de seguir o roteiro sugerido pelo site e fomos até a Centraal Station, passando antes em frente a Igreja de São Nicolau. Aproveitamos para dar uma olhada nos valores dos passeios de barco pelos canais que saem bem ali da frente da estação.
Fomos então conhecer o Red Light District. Passamos por algumas poucas ruelas e realmente é bizarro ver as mulheres praticamente nuas nas vitrines, como pedaços de carne. Dizem que não é recomendável nem mesmo TENTAR tirar fotos por ali, que logo aparece um brutamontes para dar um jeito de te fazer apagar a foto. Não experimentamos para contar se é verdade 🙂 .
Ali já é bem pertinho da Dam Square, onde fica o Palácio real de Amsterdam. Olhamos só por fora. Aproveitamos para fazer um lanche bem comum por aquelas bandas: a porção de batatas fritas. Eles servem em um cone de papel com um molho a escolher, a maioria à base de maionese. Pegamos um sem saber exatamente o que era e… ele era muito picante. Depois de passar um mês no Sudeste Asiático pimenta era uma das últimas coisas que eu queria comer na face da terra. A experiência ficou um pouco prejudicada, mas as batatas realmente eram gostosas.
Passamos em um supermercado de uma rede que tem aos montes por lá, o Albert Heijn. Mais uma turistada básica dentro do super para ver produtos locais, frutas, verduras, queijos etc. Não resistimos e compramos uns pães, queijos, frios, pastinhas e um vinho para jantar naquele dia e uns lanches para o dia seguinte.
À noite, com o frio que fazia (somado ao choque térmico de estar vindo das praias tailandesas), o cansaço que estávamos de ter passado a noite voando e o dia caminhando feito camelos, ficamos pelo hotel mesmo. A mulher que estava na recepção nesse horário era muito simpática e comunicativa e nos deu várias dicas para aproveitar a estada. Comemos nossos petiscos holandeses deliciosos e capotamos cedo.
Alguns gastos (euros):
- 5,70 trem de Schiphol a Centraal Station (cada)
- 2,90 tram (cada)
- 5,30 café da manhã (cada)
- 10,00 almoço (cada)
- 3,75 porção média de batatas
- 14 compras diversas no supermercado
Hospedagem: Budget Hotel Hortus – 198 euros por quatro diárias.
Quarto com duas camas de solteiro e banheiro compartilhado. Café da manhã gostoso incluso, calefação ótima, bom wi-fi, boa localização, cozinha coletiva, empréstimo de secador de cabelos, cofre no quarto.
Foi bastante difícil escolher uma hospedagem razoavelmente econômica em Amsterdã. Os mais baratos eram longe, os que tinham tudo que a gente queria eram caros, acabamos ficando mesmo com esse que o banheiro era compartilhado (a proporção nº de banheiros por nº de quartos era apropriada, não tivemos problemas).
Segundo dia:
Começamos o dia com um bate-volta à linda cidadezinha de Zaanse Schans (leia neste post aqui). Quando retornamos, com o dia ainda claro, fomos fazer o passeio de barco pelos canais. Fomos à Centraal Station, de onde saem passeios frequentes, em geral a cada meia hora. As empresas oferecem tipos diferentes, como o básico (duração de uma hora, áudio-guia incluído), o hop on-hop-off (onde pode-se descer e subir no barco nas estações que desejar), cruzeiro noturno com jantar, entre outros. Optamos pelo básico, por 15 euros (pegamos um voucher de desconto no hotel que o deixou por 11 euros).
É muito legal ver a cidade de outra perspectiva. Os canais fazem parte da história da cidade. Como parte dos Países Baixos, incluindo Amsterdã, estão abaixo do nível do mar (por isso o nome Países Baixos) os canais foram construídos no século 16 para evitar as inundações. Eles possuem um valor histórico, cultural e social tão grande que a área dos canais é Patrimônio Mundial da Humanidade da Unesco. O barco é adaptado para este passeio, baixinho (para passar por baixo das pontes) e coberto (protege do mau tempo, sem prejudicar a visibilidade). A cidade tem 165 canais e 1281 pontes!
Acabando o passeio, fomos caminhando até o hotel. Fizemos um lanche e demos um tempo até a hora do ingresso para o Van Gogh Museum. A gente costuma andar com a cópia dos passaportes e deixar o original no cofre do hotel, mas achei melhor levar pelo menos o meu passaporte caso pedissem na hora de alugar o áudio-guia.
Compramos antecipadamente os ingressos pela internet ainda daqui do Brasil, no site do próprio museu. Às sextas-feiras eles fecham mais tarde, escolhi o horário do final de tarde para deixar o dia livre e fazer o que desse vontade.
O que dizer do museu? Uau! Peguei o áudio-guia porque queria degustar tudinho do museu. A história do artista, suas fases, o que o inspirava, o momento que ele estava passando quando pintou cada quadro… De novo: uau! O Rodrigo não é muito fã, foi para me acompanhar mas disse que curtiu mais do que esperava. Já eu, que adoro seus quadros, saí de lá nas nuvens!
São permitidas fotos somente em determinadas áreas do museu. Onde estão mais concentradas as suas pinturas não pode – ainda bem! Também acho legal tirar algumas fotos dentro do museu, mas sempre tem umas criaturas que passam dos limites da educação e do bom senso.
O que para mim é mais fascinante nos quadros do Van Gogh (esse nome também é bom de colocar no google tradutor para ouvir a pronúncia 😀 ) é ver os detalhes das pinceladas. Algumas são tão grossas que chegam a formar crostas de tinta. E a combinação das cores que ele usava para formar os cenários, que coisa fantástica! Lindo lindo lindo!
Às sextas-feiras, além do museu fechar mais tarde, costuma rolar uma atividade diferente. Nesse dia estava rolando tipo um happy hour, tinha DJ e umas ilhas de venda de bebida, a galera tomando cerveja, vinho… Muito legal o astral!
Quase nove da noite saimos do museu e fomos caminhando para o hotel. Eu ainda estava viajando, com a cabeça nas obras que eu tinha visto. Dali a pouco, fomos abordados por um rapaz que nos perguntou se éramos turistas. Disse que estava um pouco perdido e não sabia exatamente como voltar pro seu hotel, no Jordaan (bairro), e mostrou um mapa. Eu pedi para ele abrir o mapa, com a intenção de dar uma direção para ele, do tipo “segue por aqui e lá na frente tu perguntas de novo”, quando de repente surgem dois homens: “Police! Police!”.
Mandaram a gente encostar na parede, mostraram rapidamente uma identificação de policiais e pediram nossos passaportes 😮 . Dei o meu passaporte já imaginando a merda que ia dar quando eu dissesse que o do Rodrigo estava no hotel, mas disseram “Só um é suficiente”. Olharam pro passaporte e disseram “Brasileiros são boa gente”. Enquanto isso o outro cara não parava de tentar dar explicações que eles não tinham pedido e eles só gritavam “cala a boca”. Pediram para a gente mostrar todo o dinheiro que a gente tinha (tudo isso falando em inglês), eu não entendi direito o que ele tinha dito e perguntei em português para o Rodrigo “eles querem ver nosso dinheiro?”, aí um policial gritou comigo “cala a boca”! Pedi desculpas! Que medo! O Rodrigo mostrou nosso dinheiro e eles disseram que se encontrassem algum a mais, confiscariam. Abrimos a mochila e mostramos tudo, eles não colocaram um dedo em nós ou em nada nosso, exceto o passaporte. Depois, com a naturalidade de quem está dizendo as horas, disseram que só estavam fazendo o seu trabalho, agradeceram a compreensão e pediram que tomássemos cuidado, pois há muitos traficantes em Amsterdã! A essa altura o outro cara já tinha sumido, nem vi que fim levou.
Saí com as perninhas tremendo! Passaram mil coisas pela minha cabeça! Que seríamos levados a uma delegacia, que era um golpe, que era um assalto… sei lá, na hora senti muito medo 😐 ! Para quem pensa que Amsterdã é superliberal e que lá tudo pode, reveja seus conceitos!
Passamos em um Albert Heijn, pegamos umas porções prontas de comida e esquentamos na cozinha do hotel. Jantamos e nos aquietamos por lá mesmo, chega de emoções para um dia só.
Alguns gastos (euros):
- 11,00 passeio de barco nos canais (por pessoa)
- 10,20 comidas prontas e outras coisinhas no Albert Heijn
Terceiro dia:
Saímos do hotel com uma tormenta! Me enganei com o caminho e não encontramos a parada de trams que a gente precisava. Paramos embaixo de uma marquise de um prédio (ufa, por sorte, geralmente os prédios lá não tem marquises) para olhar o mapa, o vento mal me deixava segurar o papel que mostra todas as linhas de trams e suas paradas. Nisso passa um cara fazendo o seu treino de corrida! Caramba, que disposição! Fazia uns 5 graus, chuva pegando, vento desgraçado, e o carinha ali firme e forte! Olhamos um para a cara do outro e comentamos que quando baixa de 10 graus em Porto Alegre a gente já fica querendo arrumar desculpas para não sair para correr… que vergonha 😛 .
Bom, nos achamos e pegamos o tram. Aproveitamos para comprar um cartão com validade de 48 horas para diferentes meios de transporte, se a chuva continuasse daquele jeito ficaria bem complicado caminhar muito pela cidade. Dá para consultar sobre os diferentes tipos de cartão para transporte aqui.
Descemos no ponto do Rijksmuseum, ou mais fácil de chamar, Museu Nacional dos Países Baixos 😀 . Uma amiga tinha ido pra Amsterdã uns meses antes e tinha comprado um Museumkaart, um cartão que vale a pena para quem vai visitar vários museus na cidade e não faz questão de comprar entradas antecipadas. Ele vale por um ano, então ela me emprestou o cartão dela e precisamos comprar só um ingresso (obrigada, Rafa! 😉 ). Foi muito tranquilo de comprar na hora, coisa de 2 ou 3 minutos na fila.
O museu é sensacional! Possui obras de artistas de vários cantos do mundo, com foco nos artistas neerlandeses. A obra mais conhecida e badalada que está lá é A Ronda Noturna, de Rembrandt.
Ficamos umas 3 horas por lá, seguimos o roteiro sugerido pelo próprio museu no folder que eles dão. Em frente ao quadro A Ronda Noturna há um aglomeramento de gente. Muitos estão ali realmente curtindo a obra, enquanto outros estão fazendo poses para fotos… também tiramos um selfie com o quadro, mas um pouco mais de longe, sem atrapalhar ninguém! Enquanto eu estava olhando o quadro bem de pertinho, um cara me cutucou e pediu licença porque ele queria tirar uma foto! Olhei para a cara dele e voltei a olhar para o quadro, sem responder nada e sem me mexer um centímetro dali! Que desaforo! Quem está fotografando é que não deve atrapalhar quem está curtindo a pintura, e não o contrário! Gente sem noção!
Saindo de lá, pegamos um tram até da Rembrandtplein e fomos almoçar uma massinha no Vapiano de novo. Bem bom.
Pegamos então um tram e depois um metrô até o estádio do Ajax. Na verdade a intenção era ir na loja da Decathlon fazer umas compras, e a loja fica junto ao estádio. Aproveitamos para entrar em outras lojas que tem por ali.
Aconteceu uma coisa muito engraçada aqui. Até então só tínhamos andando por áreas mais turísticas e todas as pessoas falavam com a gente em inglês. O estádio é um pouco mais afastado, então tem um fluxo menor de turistas nessa área. Estava eu em uma dessas lojas olhando uns tênis e chega um vendedor e começa a falar em neerlandês. Provavelmente explicando alguma coisa sobre as características do produto, blábláblá e eu não quis interrompê-lo e dizer que eu não estava entendendo bulhufas. Quando ele parou de falar, eu, constrangida, disse: “eu não falo neerlandês”. Ele deu uma enorme gargalhada, daquelas de jogar a cabeça para trás! 😀
Demos uma olhada só por fora do estádio, fizemos nossas compras e fomos embora.
À noite, saímos para conhecer um pub. Amsterdã tem vários deles, para diversos públicos. Nosso escolhido foi o De Bekeerde Suster.
Fomos caminhando mesmo, aproveitando para ver a movimentação de sábado à noite na cidade. O pub é muito legal, aconchegante e bonitinho. Eles tem algumas cervejas de fabricação própria e vários outros rótulos, e também um cardápio de comidinhas.
Tomamos algumas cervejas holandesas e outras belgas, uma melhor do que a outra. Pedimos para a atendente uma dica de algo para comer que fosse típico dos Países Baixos. Ela indicou uns bolinhos de nome complicado que obviamente não consegui memorizar. Perguntamos de que eram feitos e ela disse: “eles são de carne e… hm… são deliciosos”. 😀 Depois dessa explicação pedimos os tais bolinhos, que nem eram tão bons assim. Mas as cervejas estavam sensacionais.
Voltamos andando para o hotel. As ruas supertranquilas, não sentimos nem um pouco de insegurança por estar a pé tarde da noite. Coisa bem boa.
Gastos do dia:
- 12,50 cartão 48 horas transporte público (cada)
- 23,50 almoço no Vapiano
- 17,50 ingresso no Rijksmuseum
- 34,50 cervejas e petiscos no pub
Quarto dia:
Tínhamos comprado pela internet os ingressos para o museu Casa de Anne Frank para as 11 horas. Mas antes, fomos conhecer o lugar onde de fato ela morava com a família antes de precisarem se esconder no local onde hoje fica o museu, que na verdade era a empresa do seu pai.
A verdadeira residência da família ficava na Merwedeplein, nº 37. Foi muito fácil de chegar de tram. Em frente ao prédio, na calçada há aquelas placas com os nomes dos judeus que moravam ali e que foram levados aos campos de concentração nazistas. No caso, as placas com os nomes de Anne, sua irmã e seus pais. Na praça em frente ao prédio, há uma estátua da Anne, e havia algumas flores nos seus pés. Tudo bastante tocante.
Partimos para a visita ao museu. Chegamos em frente e a fila era enorme. Bem na hora começou a chover! Pegamos nossos ingressos já comprados com antecedência, passamos por todos na fila e entramos direto, simples assim. A chuva estava aumentando. Nunca fiquei tão feliz de ter comprado um ingresso antecipado!
O clima dentro do museu, evidentemente, é pesadíssimo. As pessoas seguem olhando tudo, assistindo aos vídeos e lendo os painéis no mais completo silêncio. Recomendo fortemente ler o livro antes de fazer essa visita, é indescritível estar lá dentro e lembrar dos relatos de Anne em seu diário, imaginar aquelas pessoas vivendo enclausuradas naquele espaço por mais de dois anos!
Além de visitar todo o local onde eles se esconderam, há diversos trechos do diário espalhados pelas paredes, vídeos com relatos de pessoas que ajudaram a família, objetos pessoais, enfim… ao mesmo tempo que é pesado, é emocionante e é fantástico ver do que o ser humano é capaz, no bom sentido (as pessoas ali enclausuradas, os outros que as ajudaram etc) e no mau sentido (os nazistas).
Saindo do museu a chuva tinha passado. Demos uma bela caminhada sem rumo, só curtindo os canais e as pontes e os prédios bonitinhos. Fomos almoçar no Vapiano, quando terminamos a chuva tinha voltado com vontade e fomos pro hotel descansar e ver se a chuva passava.
Vendo que o tempo não ia colaborar, resolvemos ir em uma atração que não estava nos planos mas que era uma alternativa para aquele momento, por ser um lugar fechado. Pegamos uns vouchers de desconto no hotel e partimos para o Heineken Experience.
Não é um programa imperdível, mas foi legal. A gente visita várias partes do que antes era a fábrica da Heineken, aprende sobre o processo de fabricação, sobre a história da marca etc. Tem diversas atividades interativas, joguinhos, brincadeiras, é divertido. E claro, no final, bebemos Heineken 😛 .
Passamos em um super, compramos mais uns pães e queijos e um vinho (um Chianti clássico maravilhoso a oito euros) e fizemos nossa janta no hotel novamente.
Gastos do dia:
- 21,50 almoço
- 17 Heineken Experience (por pessoa)
- 16,10 supermercado
Quinto dia:
Nosso voo de retorno ao Brasil era somente às 17h25min, então ainda tínhamos um bom pedaço do dia para aproveitar. A recepcionista simpática do nosso hotel nos indicou conhecer Haarlem, uma cidade a poucos minutos de trem, então lá fomos.
Compramos o bilhete de trem de ida+volta na hora mesmo, na Centraal Station. Tinha um saindo em questão de uns 10 minutos, e em 20 minutos de viagem descemos na estação de Haarlem.
A cidade é uma graça, mas acho que uma série de fatores se somou. 1º: era o dia de voltar para casa e bateu aquela deprê e o cansaço de fim de férias; 2º: era o 38º dia de uma viagem onde vimos e vivemos coisas lindas, fantásticas, maravilhosas, então não era mais qualquer coisa que estava nos surpreendendo; 3º: o dia estava bem feinho, bastante cinzento e ventoso; e 4º: como foi um destino que decidimos ir na última hora, só para aproveitar o tempo livre, não pesquisamos muito sobre as coisas para se fazer por lá. Em resumo: foi um passeio legal, mas nada empolgante ou inesquecível.
Caminhamos da estação de trens até a catedral de St. Bavo. Olhamos por fora, passeamos pelos arredores e fomos até à beira do rio Spaarne. Caminhamos para o lado esquerdo e dali a pouco vimos um moinho de vento. Fomos até lá e vimos que é possível visitá-lo, porém ainda não estava no horário de abertura. Depois descobri que ele se chama De Adriaan, suas informações estão neste link.
Voltamos até a Catedral e fizemos a visita ao seu interior. Legal que junto com o ingresso eles dão um roteiro com informações sobre cada setor da igreja dizendo o que está ali e sua explicação. Funciona como uma visita auto-guiada. O chão é repleto de lápides de dezenas de pessoas foram enterradas ali. Tinha uma equipe abrindo um túmulo e escavando, ficamos acompanhando um pouco mas não vimos eles tirarem nada além de terra.
Fomos para a estação de trens e retornamos para Amsterdã. Da Centraal Station fomos caminhando até o hotel, aproveitando os últimos momentos de curtir os canais, as pontes, os prédios e as bicicletas… No caminho, ainda almoçamos novamente no Vapiano.
Pegamos nossas bagagens no hotel, um tram até a Centraal Station e um trem para o aeroporto. Chegamos com tranquilidade em Schiphol, antes de despachar os mochilões guardamos neles um pouco do monte de roupas que estávamos usando e fizemos o check-in. O aeroporto é imenso e a caminhada até o portão de embarque foi significativa! O voo não teve nada digno de nota, tirando ter visto a London Eye enquanto estávamos descendo para a conexão em Londres (fiquei pensando “quando é que virei conhecer essa cidade?” 🙂 ).
Amsterdã meio que caiu de paraquedas nessa viagem por uma combinação que deixava interessante o valor das passagens aéreas, além, é claro, do interesse em conhecê-la. A ideia era aproveitar a cidade sem correrias, até porque estaríamos vindo de um mês na Ásia e não sabíamos em que nível de cansaço estaríamos (nunca tínhamos viajado tanto tempo seguido assim). Chegamos lá inteiros e cheios de vontade de explorar, mas aproveitamos tudo no ritmo que a gente tinha planejado, sem pressa. E foi bom demais!
Gastos do dia:
- 9,40 trem ida e volta Haarlem
- 2,50 visita St. Bavo
- 18,75 almoços
- 2,90 tram
- 5,20 trem para o aeroporto
Nossa viagem por Amsterdã aconteceu entre 28 de janeiro e 1 de fevereiro de 2016.
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