Passei quatro dias em Budapeste durante a viagem de duas semanas que fiz passando por Budapeste, Viena, Cesky Krumlov e Praga (lê o roteiro completo aqui), e neste post relato como foi minha experiência.
1º dia
O voo Roma-Budapeste foi tranquilo. Ao sobrevoar a costa da Croácia, a paisagem era espetacular – inspiração para próximas viagens! A chegada foi no horário previsto: 11:15 da manhã.
Ao desembarcar, duas providências. 1ª sacar florins em um ATM. 2ª ir no Serviço de Atendimento ao Turista (logo na saída do desembarque) para comprar tíquetes do transporte público, pegar um mapa e algumas orientações.
Seguindo as indicações do hostel onde me hospedei, peguei o ônibus 200E e, no seu fim da linha (estação Kőbánya–Kispest), peguei o metrô da linha 3 (azul), até a estação Astoria.
Deixei minha mochila no depósito do hostel Maverick City Lodge, pois ainda não estava no horário do check-in, e saí pra rua.
O primeiro lugar que conheci foi o ruin pub mais famoso de Budapeste, o Szimpla Kert.
Os ruin pubs surgiram com a ocupação de prédios abandonados e parcialmente em ruínas, que foram decorados com móveis antigos e reciclados e diversos objetos diferentes e coloridos, criando um ambiente bem alternativo. Me chamou muito a atenção um espaço decorado com diversos monitores antigos de computador, todos ligados a um painel com diversos botões. Ao ser acionado, cada botão ativava uma imagem e seu respectivo som em um dos monitores: uma vaca pastando e um barulho de mugido, robôs acompanhados de sons de engrenagens, etc, uma doideira só! Um casal estava lá com seus dois filhos e as crianças estavam se divertindo!
Depois, almocei em um restaurante de comida grega – uma coxa+sobrecoxa de frango e uma salada de queijo feta, pepino, tomate, cebola roxa e azeitonas pretas. Delicioso e barato.
Pesquisei um free walking tour para participar e vi que saía um às 14:30 da Vörösmarty Tér (Praça Vorosmarty) com a empresa TripToBudapest – Free Budapest Walking Tours. Ainda não tinha visto tanta gente junta para um desses tours. Cada um dos quatro guias formou um grupo de cerca de trinta pessoas, sem contar com o grupo que aguardava para o tour em espanhol! 😮
Me senti como se a cidade estivesse me dizendo: “seja bem-vinda”! A guia Orsi contou muitas coisas sobre a história do povo e do país, curiosidades, costumes, deu dicas de como aproveitar melhor a estadia, indicou lugares para comer, para visitar, pratos da culinária local para provar… enfim, tudo aquilo que a gente espera de um bom guia.
Passando em frente à Basílica de Santo Estevão, a Orsi perguntou quem já tinha ouvido falar do Puskas e somente eu e um outro cara levantamos a mão. Para quem não sabe, Puskas foi um jogador de futebol húngaro na década de 50 e é considerado o maior futebolista do país e um dos maiores do mundo – tanto que dá o nome ao prêmio da Fifa de gol mais bonito do ano. Seu túmulo fica na Basílica de Santo Estevão, pois é considerado praticamente um “herói” nacional.
Caminhamos até à beira do rio Danúbio e tivemos as primeiras visões do Palácio Real, da Ponte das Correntes e, logo em seguida, do Parlamento. Foi nesse momento que bateu aquele sentimento de “acabei de me apaixonar por esta cidade…”.
A essa altura o tour já durava mais de hora, recheado de histórias, e fizemos uma pausa para tomar algo refrescante e descansar um pouco. O calor que fazia era absurdo, as pessoas estavam encharcadas de suor.
Subimos até o Palácio Real. Apesar de haver um funicular que leva até a parte alta, a subida está longe de ser das piores, ainda mais porque durante a subida o cenário vai ficando ainda mais bonito.
Passamos em frente à Igreja Mathias e terminamos o tour no Bastião dos Pescadores – construção feita no final do século XIX para celebrar mil anos de fundação do estado húngaro. 😮
A descida de volta ao Danúbio parecia ser tranquila, mas a caminhada até o hostel era considerável e a essa altura eu estava podre (de cansada e de calor). Peguei um ônibus ali em frente à igreja. Corri para entrar em um ônibus que estava no ponto, ainda bem que o motorista perguntou para onde eu queria ir, pois ele estava indo em direção contrária ao centro. O ônibus certo passava do outro lado da rua (linha 16, vai até a Praça Deák Ferenc).
Bem perto do hostel e do Szimpla Kert tem um espaço bem legal com diversos food trucks e várias mesas, chamado Karavan. Fui fazer um lanche ali e provei uma especialidade húngara, o lángos – uma espécie de massa, parecida com a de pizza, porém frita. Sua cobertura básica é o creme azedo, mas há variações com outros ingredientes. Comi um com rúcula, estava bom – e pesado!
Naquela noite teria uma janta coletiva no hostel: espaguete. Cheguei uma meia hora depois do horário marcado e… já tinham raspado as panelas 😐 ! Fui comer alguma coisa novamente no Karavan, cada food truck vende um tipo de comida diferente e acabei jantando uma massa, acompanhada de uma deliciosa cerveja local.
Alguns gastos do dia (florins):
- Tíquete de transporte público: 350 (comprado a bordo: 450)
- Almoço de frango+salada grega: 1500
- Lángos: 950
- Janta no Karavan (porção de massa+copão de ceva): 1910
2º dia
O hostel não oferece café da manhã, mas tem convênio (desconto) com o bar que fica ao seu lado. As opções não me agradaram e saí para a rua, procurando outro lugar. A uma quadra dali, encontrei uma boulangerie, super bonitinha e com um cardápio de opções muito apetitosas para o café, chamado à table!. Pedi um combo com cappuccino, suco, torradas, manteiga, geléia e um pãozinho doce recheado com chocolate. Que refeição de-li-cio-sa! Certamente há opções mais econômicas para o café da manhã em Budapeste, mas também tenho certeza que algo daquela qualidade custaria bem mais em várias outras cidades européias. Vi que eles também tem filiais em outros endereços, vale a pena dar uma procurada.
A primeira atração turística do dia foi a Sinagoga: a maior da Europa, com capacidade para 3000 pessoas, e a segunda maior do mundo.
Eles são bem rigorosos quanto à vestimenta para entrar: nada de decotes ou ombros e joelhos expostos. Puxei minha bermuda para baixo, para tapar os joelhos, e cobri meus ombros com a toalha compacta que eu tinha colocado na mochila para ir a um banho termal mais tarde 😛 . Para quem não tem com o que se cobrir, eles dão um tipo de roupão feito de tnt, feio que dói 😀 . Ah, e todos os homens tem que cobrir a cabeça, os que não estão de boné ou chapéu devem usar um quipá de papel que eles fornecem na entrada.
O valor do ingresso inclui a visita guiada (a participação é opcional, mas recomendo muito) que ocorre em diversas línguas, em horários variados. Quando entrei, a recém estava começando uma. Olhei para o grupo do tour em inglês e havia muita gente. Me arrisquei em acompanhar o tour em espanhol e, por sorte, não só a guia era muito articulada para falar como contava tudo com muita empolgação e emoção.
O início é dentro da própria sinagoga, onde ela contou coisas sobre sua história e seu funcionamento atual.
Depois, saímos ao jardim, onde há um cemitério. Há também diversas fotos do local no período da segunda guerra mundial, mostrando pilhas de corpos de judeus exatamente ali. A visita segue nos monumentos nos fundos: a Árvore da Vida (construção onde cada folhinha tem inscrito o nome de uma pessoa que perdeu a vida durante a perseguição nazista), um memorial com mais placas com nomes de pessoas que morreram nos campos de concentração, e também uma construção que homenageia as pessoas que ajudaram a população judaica e que salvaram vidas nesse período. É uma visita carregada de emoção e eu não contive as lágrimas…
Depois disso, fui até a Basílica de Santo Estevão. Estevão – ou István – foi o primeiro rei da Hungria e posteriormente foi canonizado. A Basílica, além de ter um interior lindo, guarda uma relíquia bastante… curiosa. Algum tempo após a morte do rei (que ocorreu no ano de 1038), seu corpo foi removido do seu sarcófago para outro túmulo, e nesse momento (reza a lenda) notaram que sua mão direita permanecia intacta. Acreditando-se que ela tinha poderes milagrosos, a mão foi removida e acondicionada em uma caixa de vidro, passando por diversos lugares diferentes nessas centenas de anos. Hoje, ela está exposta na Capela da Sagrada Mão Direita, na Basílica de Santo Estevão.
Também subi na torre da Basílica – na verdade, é na sua cúpula. A subida pode ser pela escada ou pelo elevador.
Saindo dali, segui caminhando pela charmosa Avenida Andrássy, cheia de lojas e restaurantes elegantes. Passei pelo prédio da Ópera e parei para conhecer seu saguão de entrada. Para conhecer seu interior sem assistir a um espetáculo, existem visitas guiadas.
Logo após, encontrei um supermercado. Comprei um sanduíche, um pacote de framboesas e um ice tea, sentei no banco da calçada e ali mesmo fiz um belo almoço.
Segui na mesma direção, até a Terror Haza. A fila para entrar estava grande e o sol, inclemente. Felizmente, boa parte dos 45 minutos de espera foram dentro do prédio, onde funcionava um ar condicionado providencial.
A Terror Haza é, de acordo com seu próprio site, “um monumento à memória daqueles mantidos presos, torturados e mortos neste prédio. O museu, enquanto apresenta os horrores de uma maneira tangível, também tem a intenção de fazer as pessoas compreenderem que o sacrifício pela liberdade não foi em vão. Em última análise, a luta contra os dois sistemas mais cruéis do Século XX terminou com a vitória das forças da liberdade e independência”. Toda a exposição é montada com objetos, roupas, mapas, vídeos, explicações em áudio e painéis que contam os horrores praticados primeiramente pelo Partido da Flecha Vermelha – durante a ocupação nazista – e depois, pela Polícia Secreta Comunista – durante o período de ocupação soviética. A visita termina no subsolo do prédio, onde estão as celas.
Enfim, é um museu muito bem montado. A visita é muito interessante e necessária, porém pesadíssima.
Depois de duas atrações pesadas nesse dia (Terror Haza e Sinagoga), fui fazer algo para relaxar. Caminhei até o final da Avenida Andrássy, onde há a Praça dos Heróis, e segui até o complexo de banhos termais de Széchenyi.
Mais uma fila imensa sob um sol tórrido. Diversas pessoas desistiram da espera, mas eu segui firme e forte por quase uma hora até entrar.
O complexo de Széchenyi tem diversas piscinas internas e externas. Os ingressos variam de preço conforme o serviço escolhido: é possível alugar uma cabine para se trocar e deixar as roupas, massagens, pedicure, aromaterapia etc. Eu peguei o ingresso mais simples, podendo usar as piscinas, as saunas e um armário para guardar minhas coisas.
O lugar é uma delícia! A área externa parece um clube, com diversas espreguiçadeiras e um bar vendendo lanches e bebidas. A parte interna é super elegante. Tem saunas em diversas temperaturas (50º, 60º, 70º) e, da mesma forma, as piscinas também têm temperaturas diferentes (18º, 22º, 30º, 35º etc), algumas delas com jatos de hidromassagem. Valeu cada florim gasto!
Voltei ao hostel de metrô. Mais tarde, saí para jantar um rámen delicioso em um restaurante a uma quadra do hostel, chamado Ramenka.
Alguns gastos do dia (florins):
- Café da manhã no à table!: 1750
- Ingresso Sinagoga: 4000
- Basílica (a entrada é grátis, mas havia um cara pedindo que todos “doassem espontaneamente” 😉 esse valor): 200
- Subida à cúpula da basílica: 600
- Ingresso Terror Haza: 2000
- Banhos termais Széchenyi: 4900
- Janta no Ramenka: 1690
3º dia
Novamente tomei café da manhã no à table!. Pedi um croque madame, torradas francesas com presunto, queijo e ovo. Estava delicioso e era tão bem servido que sobrou. Voltei ao hostel e guardei o restante na geladeira para comer depois. 😛
Fui andando até a Ponte das Correntes, onde parei para ler as placas a respeito da sua construção. Havia umas fotos muito impressionantes da ponte completamente destruída ao final da Segunda Guerra Mundial (ela terminou de ser reconstruída em 1949).
Peguei à direita, seguindo até chegar no Shoes on the Danube Bank – mais um local relacionado à perseguição aos judeus e à guerra. Esse conjunto de esculturas de sapatos homenageia as vítimas que eram executadas a tiros às margens do rio Danúbio. Seus corpos caíam na água e eram levados pela correnteza, mas antes de serem mortas, eram obrigadas a retirar seus calçados. Os visitantes deixam diversos tipos de homenagens, como bilhetinhos, velas e flores. Bem emocionante.
Segui caminhando até o Parlamento. Que construção linda! Para fazer a visita interna (que é guiada), é fortemente recomendado comprar com antecedência os ingressos. Como estava em alta temporada, nem fui até a bilheteria ver se havia alguma disponibilidade, e também não quis comprar com antecedência e ficar presa a um horário. Fica de desculpa para voltar à Budapeste! Para informações sobre os tíquetes antecipados, este é o site.
Junto ao Parlamento, há uma entrada para o subsolo onde funciona um memorial da revolução de 1956. Fotos, painéis e vídeos contando um pouco da história desse levante popular contra o governo da época, ligado aos soviéticos. Por um curto período de tempo, o governo caiu e os novos líderes prometeram eleições livres, mas a União Soviética mandou um enorme exército e manteve assim o seu domínio por mais bons anos. Com o fim da URSS, o dia 23 de outubro – data em que a revolução teve início – foi declarado feriado nacional. Fora desse memorial, em um prédio em frente ao Parlamento onde hoje funciona o Ministério da Agricultura, há um marco desses combates: esferas de metal foram colocadas nas marcas deixadas pelos tiros disparados contra os manifestantes.
Segui pela beira do Danúbio até a Ponte Margit, de onde se acessa também a ilha Margit (que abriga um grande parque). Atravessei a ponte e voltei, sempre pela beira do rio, até ficar de frente para o Parlamento. O prédio é tão lindo que fiquei buscando todos os ângulos possíveis para admirá-lo. Dei uma passeada pelas ruas dessa região, curtindo o movimento da cidade mesmo, sem tantos turistas.
Cheguei ao Palácio Real e fui direto ao Savoyai Terrace aproveitar a vista maravilhosa. Fiquei ali um bom tempo, aproveitando o visual e o ventinho refrescante que batia.
O Palácio Real também é conhecido como “Castelo de Buda” por já ter sido um castelo, mas hoje abriga dois museus: a Galeria Nacional Húngara e o Museu de História de Budapeste. Escolhi visitar o de história.
O museu é bem legal, contando (obviamente) a história de Budapeste e do próprio castelo. Além disso, o interior do prédio é muito bonito. Porém, apesar de ter gostado da visita, não considero uma atração imperdível.
Depois de curtir um pouco a parte externa do Palácio, desci na direção da sua parte de trás. Peguei um tram até a Ponte da Liberdade e a atravessei a pé, até o Mercado Central.
Procurei um lugar para almoçar. Alguns restaurantes mais bonitinhos e com ar condicionado tinham as opções mais caras, e os mais populares tinham mesas nos corredores, onde fazia um calor dos infernos. Não apetecia comer nada pesado, então peguei só uma ceasar salad acompanhada de um copão de cerveja húngara bem gelada. Aliás, as cervejas deles são ótimas, não precisa se preocupar em não entender húngaro para escolher entre as várias opções. É só pedir qualquer uma, todas são muito boas (pelo menos todas que provei durante esses dias). Depois, passeei pelos corredores do mercado e resolvi comer uma tortinha de chocolate de sobremesa, que era bem ruim 😀 .
Com as energias recuperadas, comecei a subida até a Citadela.
Achei que seria pior, mas ao longo da subida existem diversos pequenos mirantes onde dá para ir parando e se deslumbrando com a vista que, à medida que vamos subindo, vai ficando cada vez mais linda. Encantada com o cenário, quando me dei conta já estava lá no alto, aos pés do Monumento à Liberdade.
Depois de passar um bom tempo lá em cima, iniciei a descida. Mesmo já tendo caminhado feito um camelo ao longo do dia, fui a pé até o hostel. Eu estava realmente adorando a cidade e essa despreocupação de caminhar por onde dava vontade, observando os prédios, o trânsito, as pessoas… bom demais.
Mais tarde, fui jantar novamente no Karavan. Comi um goulash, que é um prato com carne bem comum entre os países da região, cada um com sua versão e seus temperos próprios. Esse era servido dentro do pão, estava muito bom!
Alguns gastos do dia (florins):
- café da manhã no à table!: 2400
- ingresso Museu de História de Budapeste: 2000
- almoço no Mercado Central (ceasar salad+ceva): 2600
- goulash no Karavan: 1800
4º dia
Meu café da manhã foi o que sobrou das torradas do dia anterior 🙂 . Depois, fui até uma loja da Decathlon que fica perto da estação de trens de Nyugati, eu queria aproveitar para comprar algumas coisinhas.
Peguei o tram número dois perto da Ponte Margit. Esse tram faz um trajeto bem bonito, passando pelo Parlamento e Ponte das Correntes. Desci na Ponte da Liberdade e atravessei a pé.
Eu tinha lido uma matéria sobre estações de metrô bonitas pelo mundo, e uma delas era a Szént Gellért Tér, bem ali pertinho da Ponte da Liberdade. Já que não havia catracas para entrar na estação (o funcionamento é na base de validação de bilhetes), desci para ver seu interior. Bem legal.
Fui aproveitar outro dos complexos de banhos termais famosos da cidade: Gellért.
No mesmo esquema do Széchenyi, há variadas piscinas internas e externas, com diferentes temperaturas, algumas com jatos de hidromassagem, saunas, etc. A piscina grande externa tem algumas placas falando em ondas artificiais, mas não vi isso em funcionamento.
Desnecessário dizer que o lugar é uma delícia, ótimo para passar muitas horas relaxando. E a decoração das áreas internas é linda!
Não consigo dizer qual dos dois – Gellért ou Széchenyi – eu gostei mais, ambos são excelentes e com preços bem semelhantes.
Só não fiquei mais tempo por lá porque queria participar de outro free walking tour à tarde, da mesma empresa que eu tinha feito no primeiro dia, mas dessa vez com a temática do comunismo.
O tour partiu às 15:30 da praça Vörösmarty. A guia foi a Orsi – mesmo nome da guia do outro dia, mas não era a mesma. Super empolgada e empolgante, era visível a sua paixão por conduzir passeios guiados e por contar histórias do seu país.
Ela é jovem e viveu mais a fase de transição pós-comunismo, mas ainda assim foi muito interessante ouvir os relatos sobre situações que seus pais e pessoas próximas viveram. Ela falou sobre como era viver naquela época, como era viajar, como as pessoas da geração dela crescerem com a liberdade com a qual mal sabiam lidar e como os hábitos da população foram afetados de forma visível até hoje. Foi um passeio excelente!
A guia do primeiro free walking tour tinha recomendado os vinhos e espumantes húngaros, coisas que eu nem imaginava que eram produzidas por lá. Vi em um mercado essa garrafinha de espumante e comprei para experimentar. Não é que era bom mesmo?
Voltei pro hostel para ajeitar minhas coisas para ir embora na manhã seguinte. 😕
Depois que anoiteceu, saí para um passeio que adoro: ver os pontos turísticos iluminados. Eu estava me sentindo completamente segura e à vontade de andar sozinha pela cidade, tanto de dia quanto de noite. Em momento algum fui importunada, fosse por algum “engraçadinho” vendo uma mulher sozinha, fosse por alguém querendo se aproveitar de um(a) turista e querendo empurrar algum passeio, produto ou tentando dar algum golpe.
A região à beira do rio estava cheia de gente reunida, conversando, bebericando, passeando. Clima muito legal.
Ver iluminados os lugares que de dia eu já tinha achado lindos só aumentou meu encantamento por Budapeste. Foi uma belíssima forma de encerrar minha estadia por lá.
Sentei à margem do Danúbio, no lado oposto ao Parlamento, e fiquei lá saboreando a sensação de estar em um lugar tão lindo…
De lá, peguei o metrô para voltar ao hostel. Antes, passei no Karavan e jantei um hambúrguer.
Alguns gastos do dia (florins):
- banho termal Gellért: 5300
- hambúrguer no Karavan: 1690
- sanduíche+suco na estação de trens Keleti: 850
De Budapeste a Viena
Saí cedo do hostel e caminhei uns 20 minutos até a estação de trens Keleti. O bilhete para Viena já tinha sido comprado pela internet, no site da companhia ÖBB (tem um passo-a-passo bem legal de como comprar e como entender o bilhete no site Viva Viena).
Comprei um lanche para tomar café da manhã no trem e troquei meus florins restantes em uma casa de câmbio, eles pagaram aproximadamente 1 euro para cada 318 florins.
Foi um pouco confuso entender as placas em húngaro e descobrir a plataforma de onde saía o trem, mas deu tudo certo e logo eu estava dando um “até breve” para Budapeste.
Moeda
A cotação dos florins (forints), pelo que vi nas casas de câmbio, ficava na casa dos 280-300 florins por euro. Alguns lugares aceitavam euros como pagamento, às vezes na proporção de 300/1, às vezes na proporção de 250/1.
Hospedagem
Hostel Maverick City Lodge – 28000 florins para quatro diárias no quarto coletivo feminino com 10 camas.
Localização excelente, tendo disposição para caminhar dá para ir a todas as atrações a pé, mas a oferta de transporte público também é grande. Fica em uma rua cheia de restaurantes e bares, e a uma quadra do Szimpla Kert. Apesar do quarto ser coletivo, cada cama tem cortina, luz e tomada individuais. O número de banheiros é apropriado e os chuveiros são bons. O wi-fi funciona bem. A cozinha coletiva é bem equipada. Os quartos tem ar-condicionado, coisa fundamental no verão em Budapeste – nunca imaginei que sentiria tanto calor nesta cidade!
A viagem relatada aconteceu entre 31 de julho e 03 de agosto de 2017.
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