Neste post vou contar como foi participar do Tour Alta Montaña, passeio que proporciona ao visitante contato com incríveis paisagens da Cordilheira dos Andes, e que foge completamente do circuito enoturístico de Mendoza (lê este post para saber mais informações sobre a cidade e sobre nossa programação durante a estadia por lá).
Tour Alta Montaña – Mendoza
Existem diversos passeios a partir de Mendoza que exploram as maravilhosas belezas naturais da região e o mais conhecido deles é o tour chamado Alta Montaña. Assim como o tour de visitas a vinícolas+olivícola, também fizemos este com a Mendoza Viajes. Reservamos com um dia de antecedência, na própria sede da empresa, e custou ARS 750 por pessoa.
Cedo pela manhã um microônibus da empresa nos buscou na nossa hospedagem. Ainda recolhemos mais algumas pessoas e iniciamos a viagem.
Basicamente, o passeio percorre a Ruta 7, que é a estrada que leva ao Chile. O dia começou bem nublado, chuviscando em alguns momentos, e com a visibilidade bem baixa. Mal deu para ver as paisagens dos arredores da cidade enquanto nos afastávamos dela.
Felizmente, à medida que fomos avançando pela estrada, o tempo foi melhorando. Quando fizemos nossa primeira parada, em Uspallata, o céu já estava bem azul, com algumas nuvens. Essa parada foi somente para tomar um café, usar o banheiro, comprar um lanchinho e seguir viagem.
O primeiro ponto de interesse turístico em que paramos no passeio foi o Monumento Natural Puente del Inca.
Os restos de uma construção que existem lá foram um dia um hotel-spa, que foi parcialmente destruído por uma avalanche. Mas o impressionante mesmo é a ponte de pedra natural, 27 metros acima do nível do rio. Eu antes tinha visto fotos desse lugar e tinha ficado com a sensação de que seria um pouco sem graça, mas pessoalmente pude ver que ele é bem mais impressionante e belo do que parecia.
Conta a lenda (uma de suas versões) que um importante líder inca estava muito doente e só se curaria com as propriedades medicinais da água de uma determinada fonte. Acompanhado por diversos guerreiros, andaram por dias e no caminho se depararam com este rio, mas era impossível atravessar suas altas margens para seguir viagem. Desesperados, os incas pediram aos seus deuses uma forma de atravessar aquele que era o único caminho possível, e formou-se então a ponte de pedra que permitiu que o importante inca passasse para o outro lado, chegasse até a tal fonte e se curasse. 🙂
Saindo dali, passamos em frente à estação de esqui Penitentes (fechada nesta época do ano) e seguimos até a entrada do Parque Provincial Aconcágua. É nesse ponto que existe a sede do Parque, de onde partem as pessoas que vão fazer a escalada da montanha.
Tínhamos duas opções: fazer uma trilha de 400m (ok, 400m não dá nem para chamar de trilha), grátis, para avistar o pico do Aconcágua, ou fazer outra trilha de aproximadamente uma hora ida e volta, pagando uma taxa de ARS 40 por pessoa, até um mirante de onde a vista é melhor. Na agência tinham nos dito que teríamos tempo para fazer a trilha que escolhêssemos, mas na verdade, todo o grupo teve que escolher somente uma delas e fazer todos juntos com a guia. Nosso grupo escolheu a trilha curta 😕 . Nem deu tempo de ficar chateada, pois logo estávamos avistando a gigante, a maior montanha não só das Américas, mas também a maior fora da Ásia. É uma visão bastante impactante, mesmo que de longe e só de uma partezinha dela. 6960 metros de imponência!
Continuando o passeio, passamos pelo povoado Las Cuevas, onde ficaram algumas pessoas que não subiriam até o Cristo de Los Andes (em função da altitude). Seguimos e, neste pequeno trajeto de aproximadamente 15 minutos, subimos dos 3200m até os 3800m, em uma estrada de terra super sinuosa.
O monumento delimita a fronteira entre Argentina e Chile, com as respectivas bandeiras em cada lado. Porém, mais ou menos como o nosso Cristo Redentor brasileiro, não é o monumento em si o maior atrativo, mas sim o visual dos arredores. Aquela estradinha cheia de curvas em uma subida muito íngreme, cercada de montanhas gigantescas e ao longe alguns picos nevados… é espetacular!
Ficamos somente uns dez minutos lá em cima. O vento estava muito forte (muuuito forte) e a sensação térmica estava próxima de zero. Algumas pessoas desavisadas andavam encolhidas somente de bermuda e camiseta. Fica a dica: levem camadas de roupas para diferentes combinações ao longo do passeio. Pegamos temperaturas para usar desde manga curta até casaco+manta+touca, em pleno janeiro.
Descemos de volta e reencontramos o restante do grupo que tinha ficado no Restaurante Portal de Las Cuevas, onde almoçamos. Uma espécie de buffet, onde a salada era à vontade e a comida quente a gente escolhia uma opção de carne e uma opção de acompanhamento e o atendente nos servia. Comida ok, incluindo uma sobremesa, custou ARS 220 por pessoa.
Iniciamos o trajeto de retorno. Novamente fizemos uma parada estratégica em Uspallata e, por fim, uma parada curta na represa de Potrerillos. Uma pena que nesse momento o tempo tinha fechado um tanto e o visual da água azul da represa não estava tão bonito.
Durante o Tour Alta Montaña passamos muito tempo dentro do transporte, mas o tempo todo o cenário é tão encantador, selvagem, grandioso, que não dá para ficar entediado.
Além disso, a nossa guia, Graziela, era muito boa e passava várias informações e histórias sobre os locais visitados. Um das brincadeiras que ela fez com a gente durante a viagem era para tentar visualizar as figuras formadas pelas rochas, como por exemplo a “cabeça de cavalo”, a “múmia grávida” e a “raposa”.
Chegamos de volta a Mendoza no final da tarde, com gosto de quero mais (principalmente o Rodrigo, que passou o dia com febre, dormiu boa parte do passeio e nem almoçou 😕 – que azar). Por mim, ficaríamos mais tempo viajando por aquelas estradas lindas.
Vale muito a pena fazer o Tour Alta Montaña, não só para quebrar um pouco o ritmo de visitar vinícolas em Mendoza, mas também para conhecer uma parte das paisagens maravilhosas e inesquecíveis da Cordilheira dos Andes.
Lê também:
- Mendoza – Visitando vinícolas com operadora de turismo
- Mendoza – Visitando vinícolas com motorista particular
- Mendoza – Visitando vinícolas de bicicleta
- Travessia dos Andes em ônibus (de Mendoza a Santiago)
Este passeio foi realizado em 16 de janeiro de 2018.
O blog fica muito melhor e mais completo com tua participação. Tens alguma sugestão para dar, alguma informação a acrescentar, alguma dúvida? Deixa nos comentários 😉
2 de julho de 2020 at 05:26
Uau, que paisagem linda! Eu adoraria fazer o Tour Alta Montaña, é o meu tipo de rolê. Fora que é interessante ter uma alternativa ao enoturismo.
2 de julho de 2020 at 18:41
Já seria bom se fosse só para mudar um pouco a programação de visitas às vinícolas, mas o que deixa ainda melhor é que as paisagens são fantásticas.
2 de julho de 2020 at 11:10
Nunca visitamos Mendoza mas queremos muito! Com essas fotos e paisagens maravilhosas com certeza vai entrar na nossa lista fazer o tour Alta Montana.
2 de julho de 2020 at 18:45
Não deixem de fazer este passeio em Mendoza, Victoria. As paisagens da Cordilheira dos Andes são surreais!
2 de julho de 2020 at 16:20
Que interessante o tour alta Montanha em Mendoza, com certeza farei quando visitar a cidade. Queria atravessar de carro de Mendoza até Santiago também, dizem que é uma paisagem incrível e que vale a pena.
2 de julho de 2020 at 18:48
Atravessei de Mendoza para Santiago de ônibus e foi inesquecível. De carro deve ser ainda melhor, fazendo as paradas que quiser no caminho. O Tour Alta Montaña vai pela mesma estrada que leva a Santiago, mas só até a fronteira com o Chile. E já vale muito a pena, é lindo demais.
2 de julho de 2020 at 16:31
Encantada com tantas paisagens lindas nesse Tour Alta Montaña. O Monumento Natural Puente del Inca é lindo!!! Ainda não conheço Mendoza mas achava que a visita à cidade se resumia a vinícolas. Adorei as dicas e as fotos.
2 de julho de 2020 at 18:50
Não é mesmo, Luciana? 😀 A gente pensa em Mendoza e pensa logo em visitar vinícolas, mas a proximidade com a Cordilheira dos Andes proporciona oportunidade de ver paisagens maravilhosas como essas do Tour Alta Montaña.
5 de julho de 2020 at 14:49
Quando pensamos em Mendoza o que vem à cabeça é logo o enoturismo. Não conhecia esse Tour Alta Montaña e como ele reflete uma natureza linda, com pedras coloridas. Bom saber que tem outras opções do que fazer em Mendoza.
6 de julho de 2020 at 17:41
Todo mundo que pensa em Mendoza pensa só em vinhos, e visitar as vinícolas é maravilhoso! Mas um contato desses com a natureza também é um excelente programa, e ajuda a dar uma folguinha pro fígado hehehe.