Neste post vou contar como foi nossa experiência visitando vinícolas com um motorista particular, passeio que é caro, mas é também a melhor experiência para conhecer algumas vinícolas de Mendoza (lê este post para saber mais informações sobre a cidade e sobre nossa programação durante a estadia por lá).
Mendoza – Visitando vinícolas com motorista particular
Também pode ser chamada de tour “esquema-patrão” 😀 , pois é a maneira mais cômoda e personalizada de se fazer passeios, com um motorista particular levando o cliente para onde ele quer e providenciando as reservas dos locais que a pessoa quer conhecer. Obviamente, esse serviço exclusivo tem um preço proporcional.
Após pegar algumas indicações de remis em vários sites e no TripAdvisor, contatamos alguns com antecedência para ver preços e opções de passeios. Acabamos fechando com o Federico (whatsapp +5492613263187), aproximadamente seis horas de carro disponível para a região de Luján de Cuyo (quanto mais longe a região, mais caro) por USD 130 (pagamento em dólares mesmo, ao final do passeio).
Ele mesmo mandou a relação de vinícolas desta região, deu sugestões e informou preços das visitas. Após algumas conversas (ele atende muitos brasileiros e fala/escreve bem em português), mesclando nossos interesses com sugestões dele, optamos por conhecer a Pulenta Estate, almoçar na Chandon e finalizar visitando a Carmelo Patti. Ele providenciou todas as reservas.
O Federico trabalha com uma equipe de motoristas e no dia anterior ao passeio nos informou o nome do nosso motorista e o horário que ele nos buscaria na nossa hospedagem.
Na hora combinada, lá estava o Miguel. Figura simpaticíssima, super educado e cortês. Além de motorista ele também faz a parte de guia: contou bastante coisa sobre a região, sobre as vinícolas, sobre sua experiência com turismo, além de alguns assuntos aleatórios (em especial futebol: ele é, como ele mesmo disse, torcedor fanático do River Plate 🙂 ).
A primeira vinícola visitada foi a Pulenta Estate. O tour com degustação custou ARS 300 por pessoa. Nossa guia, Florencia (funcionária da vinícola), falava bem português e só nós dois estávamos iniciando a visita naquele momento, então foi um tour exclusivo. Antes de começar, ela nos serviu um vinho branco bem leve e refrescante como boas-vindas.
O tour foi bem legal, as explicações fugiram do usual passo-a-passo da fabricação do vinho, foi mais objetivo e mais focado em falar nas peculiaridades da Pulenta Estate.
Para a degustação, fomos levados a um mezanino de frente para os parreirais. Tinha caído uma forte e rápida chuva, e a temperatura baixou muito. A guia percebeu que eu estava com frio e providenciou uma manta para me emprestar: esse foi o nível do atendimento que recebemos lá, todos foram extremamente gentis e atenciosos.
Ela sentou-se à mesa conosco. Enquanto saboreávamos calmamente cada um dos vinhos, ela falava sobre suas características. Provamos um pinot noir, um malbec, um cabernet franc e um gran corte (um corte de malbec, cabernet sauvignon, merlot, petit verdot e tannat) que foi simplesmente um dos melhores vinhos que já provei na vida. Além dos vinhos, ela colocou na mesa uns petiscos (frutas secas e biscoitos salgados acompanhados de azeite de oliva produzido por eles).
Quando a “primeira rodada” da degustação terminou, ela se retirou e nos deixou à vontade para desfrutar o que ainda restava em nossas taças. Aproveitamos aquele momento sem pressa. O próprio Federico tinha nos dito que a degustação da Pulenta Estate era “a melhor de Mendoza”. Se é a melhor de Mendoza eu não sei, só sei que fomos tratados como reis e foi uma das melhores degustações que nós já fizemos em uma vinícola. Inesquecível.
Na saída, olhei na tabela de preços o valor daquele gran corte maravilhoso: ARS 950 (+-R$150). Ok, optei por ficar somente com a lembrança do seu sabor… 😀
Lá estava o Miguel nos esperando pacientemente. Felizmente a chuva tinha sido passageira e o céu já estava limpando. Seguimos para a Chandon.
Nosso programa na Chandon não incluía visita, somente o almoço harmonizado com espumantes. Restaurante bem charmoso, atendimento super cortês e menu diferenciado, além de pratos de encher os olhos.
Porém, confesso que o sabor da comida não estava à altura do restante: estava bom, mas eu esperava algo delicioso, extraordinário. Apesar de não ter saído baratinho (ARS 990 por pessoa), a experiência como um todo foi super válida e os espumantes, é claro, eram excelentes.
Esse almoço entre as visitas às vinícolas é providencial, ainda que harmonizado, pois não é possível “lidar” com tanto vinho e espumante sem se alimentar apropriadamente. 😉
Fomos então à visita sugerida pelo Federico, na Carmelo Patti, onde o atendimento é feito pelo proprietário da vinícola.
O local é um pouco escondido, em uma entrada sem placas nem nada, de fora parece um simples depósito. O Sr. Carmelo nos recebeu e nos levou para conhecer as modestas instalações. Não vimos por ali equipamentos de elaboração do vinho, ele nos mostrou apenas o estoque e o local onde ele aplica os rótulos e encaixota. Ele falou um pouco da sua produção, do quanto ele mesmo faz grande parte do trabalho da vinícola e somente lá pelo meio da explanação o Rodrigo se deu conta que aquele senhor era o próprio Carmelo Patti 😀 ! É uma pessoa de uma simpatia e de uma simplicidade encantadoras!
Nos levou então para provar alguns de seus vinhos, enquanto nos mostrava reportagens de jornais e revistas de vários países a respeito da sua vinícola, em um misto de orgulho com incredulidade por ser famoso. Que pessoa querida! Provamos dois tintos (um cabernet sauvignon e um gran assemblage) enquanto ouvíamos suas histórias, parecia um velho amigo. Gostamos muito dos vinhos, mas gostamos especialmente de tê-lo conhecido.
Depois disso, Miguel nos levou de volta à nossa hospedagem. Sem dúvida o tour desse dia foi um dos pontos altos da nossa estada em Mendoza e valeu o investimento. Recomendo muitíssimo, em especial, as visitas à Pulenta Estate e à Carmelo Patti – experiências marcantes!
Lê também:
- Mendoza – Visitando vinícolas com operadora de turismo
- Mendoza – Visitando vinícolas de bicicleta
- Tour Alta Montaña – Mendoza
- Travessia dos Andes em ônibus (de Mendoza a Santiago)
Este passeio foi realizado em 17 de janeiro de 2018.
O blog fica muito melhor e mais completo com tua participação. Tens alguma sugestão para dar, alguma informação a acrescentar, alguma dúvida? Deixa nos comentários 😉
3 de novembro de 2022 at 15:31
Olá! Adorei seu relato! Poderia passar o contato do motorista, por gentileza?
5 de novembro de 2022 at 19:56
Olá, Raíssa!
O contato do Federico está no começo do post 😉
Ótimo passeio pra ti!