Uma das ideias que temos do Japão é que é um país super tecnológico, e de fato vemos o uso de tecnologias por todos os cantos. Mas se há uma região onde isso está concentrado, com ares ainda mais futuristas do que o restante da cidade, é Odaiba.

Para começo de conversa, estamos falando de uma região que está sobre uma ilha artificial. Na metade do século XIX, diversas ilhas fortificadas (em japonês, daiba) foram construídas na baía de Tóquio para proteger a cidade de ataques marítimos. Um século mais tarde, parte dessas fortificações foram aterradas, surgindo assim a ilha onde hoje é Odaiba. 

A ideia inicial era fazer um futurista distrito residencial e de negócios, mas uma crise econômica subsequente manteve a região semi-desocupada por algum tempo. Já quase na virada do milênio, a construção de hotéis, shoppings e prédios de arquitetura ousada, além da melhoria no acesso à ilha, fizeram com que Odaiba se tornasse uma região muito atrativa para o turismo. 

Curiosidade: das daiba originais, duas ainda existem. Uma delas é aberta ao público: o atual Parque Daiba, conectado à Odaiba. Para quem quiser ler um pouquinho mais sobre o surgimento da região, este post super interessante do blog The Tokyo Files (em inglês) faz uma comparação ilustrada entre o antes e o depois da Baía de Tóquio.


Como chegar em Odaiba

A principal (mas não única) via de acesso a Odaiba é pela bela Rainbow Bridge. A ponte é pintada de branco, mas em algumas noites ela é iluminada com as cores do arco-íris – daí seu nome.

Rainbow Brdige Odaiba Tóquio.
Rainbow Bridge.
Foto “Skyline Minato Rainbow Bridge Tokyo” de Thilo Hilberer, sob licença CC BY-ND 2.0.

Para nós, turistas, as melhores formas para chegar até lá são: 

  • pelo trem elevado Yurikamome, que foi a opção que utilizei. Ele parte da estação Shimbashi, onde pode-se chegar por trem ou metrô. Fica a dica: tenta embarcar rapidinho no primeiro vagão e sentar no banco bem da frente, a vista é muito legal. O trem é automatizado – isso mesmo, sem condutor – e o janelão da frente fica todo à disposição dos passageiros.
  • de barco, o Tokyo Water Bus, que sai do porto de Hinode. Com menor frequência, saem barcos do píer de Asakusa. Essa opção de combinar um dia de passeios em Asakusa com Odaiba pode parecer tentadora, principalmente para quem está com um roteiro mais apertado, mas eu recomendo reservar um dia inteiro só para Odaiba. De qualquer forma, o trajeto de barco pela baía de Tóquio deve ser bem bonito.
  • a pé, atravessando a Rainbow Bridge em cerca de 40 minutos. Deve ser bonito, agradável e tudo, mas tem tanta coisa para se ver e tanto a se caminhar nas atrações de Odaiba, que acho que o esforço e o gasto de tempo tem que ser bem avaliado.

Atrações

Edifícios

A arquitetura de diversos edifícios em Odaiba chama muito a atenção. Além de destacarem-se na paisagem, os prédios da Fuji Television e o da Telecom Center possuem deques de observação para visitantes: (para maiores informações sobre ingresso e horários, clica no respectivo nome).

Fuji Television Odaiba Tóquio.
Fuji Television.
Foto “富士電視台” de wongwt, sob licença CC BY-SA 2.0.
Telecom Center Odaiba Tóquio.
Telecom Center.
Foto “Flame of liberty” de alf.melin, sob licença CC BY-SA 2.0.

Estátuas

O Unicorn Gundam é um “robô” de 19,7 metros de altura que, em determinados horários, faz movimentos, sons e acende luzes.
Gundam surgiu há quarenta anos como uma franquia de desenhos, e se expandiu para filmes, mangás, videogames, brinquedos e etc. A trama é centrada em robôs gigantes, e o Unicorn é um desses personagens.
Atualmente sua movimentação ocorre às 11:00/13:00/15:00/17:00 (para ver horários atualizados clica aqui). A estátua fica em frente ao shopping DiverCity.

Unicorn Gundam Odaiba Tóquio.
Unicorn Gundam, em Odaiba.

Há também em Odaiba uma curiosa réplica da Estátua da Liberdade, às margens da Baía de Tóquio e próxima à Rainbow Bridge. Tem 12 metros de altura.

Estátua da Liberdade de Odaiba.
Foto “Travel Japan 1999” de kndynt2099, sob licença CC BY-NC 2.0.

Águas termais

Oedo Onsen Monogatari é um parque de águas termais, ou onsen, todo ambientado no estilo Edo (período histórico do Japão compreendido entre os anos 1603 e 1868). Preços, horários e regras de utilização no site oficial.

Lê também o post sobre onsen e outros tipos de banhos japoneses.


Shoppings

Divercity: é o shopping junto ao Unicorn Gundam. Tem uma boa praça de alimentação, muitas lojas com sistema tax free para os que estão interessados em fazer comprinhas, e uma loja de produtos da franquia Gundam.

Aquacity: além de ter uma espécie de parque temático de restaurantes de ramen de tipos variados, tem uma área externa de onde se tem belas vistas da Rainbow Bridge e do skyline da cidade no outro lado da baía.

Venus Fort: todo com decoração renascentista italiana. O teto do shopping simula o efeito de um céu, criando uma atmosfera toda especial .

Interior do shopping Venus Fort.
Foto “Venus Fort” de Y H S , sob licença CC BY-NC-SA 2.0.

Museus

Miraikan ou Museu Nacional de Ciência e Inovação Emergente – o próprio nome já diz bastante sobre o que vamos encontrar por lá.
Painéis, jogos e atividades interativas nos mostram a situação atual do planeta Terra e das nossas “fronteiras” no universo. Em muitas das atividades, somos instigados a refletir sobre nossos hábitos de hoje e o quanto eles refletem no nosso futuro. É entretenimento garantido (e bastante educacional) tanto para crianças quanto para adultos.
Dentre as coisas mais legais lá dentro, posso citar a réplica de parte da Estação Espacial Internacional, o androide, e o Geo-Cosmos: um globo de seis metros de diâmetro, revestido de painéis de LED e que mostra imagens realistas de como é a Terra vista do espaço.
Outro ponto alto é a demonstração do robô humanoide Asimo: ele anda, corre, dança, chuta bola e faz algumas outras gracinhas. Bastante impressionante e divertida. Dura cerca de 10 minutos e acontece às 11h, 13h, 14h e 16h.
Para ver informações atualizadas de horários de abertura, ingressos e etc, visita o site oficial.

odaiba toquio
Apresentação do robô Asimo no museu Miraikan.

Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless é um museu de arte digital, que combina projeções, cores, formas e sons  para criar uma experiência multi-sensorial, imersiva e interativa. Eu poderia escrever mais sobre ele aqui e me derreter em elogios, mas já fiz isso em um post inteirinho sobre esse museu e sugiro sua leitura para entender melhor e saber mais sobre essa atração. 🙂

Lê: Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless.

Museu de Arte Digital em Tóquio: Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless.
Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless.

Outras atrações

Odaiba tem ainda mais atrações interessantes.

Uma delas é a roda-gigante do Palette Town. Tem 115 metros de altura, suas cabines são coloridas e à noite a iluminação também é multicolor. A volta inteira dura 16 minutos e oferece vistas lindas dos arredores.

Para quem curte automóveis, há o Toyota Mega Web: um enorme show room de veículos dessa montadora, com modelos desde automóveis antigos até lançamentos com inovações tecnológicas.

Para dias de clima convidativo a passeios ao ar livre, há o Daiba Park, construído sobre uma das daiba originais remanescentes. Logo ao lado, fica o Odaiba Marine Park, com uma praia de areia de cerca de 800 metros de extensão. Ambos oferecem belas visões da Rainbow Bridge e do skyline de Tóquio no outro lado da baía.


Roteiro sugerido

Minha visita foi durante o inverno, e peguei um dia bem cinzento, de pouca visibilidade. Chegou a nevar algumas vezes ao longo do dia.
Eu tinha a intenção de dar uma caminhada pelo Odaiba Marine Park, mas o frio e o vento gélido que derrubava a sensação térmica me fizeram desistir (e por isso usei muitas fotos externas de autoria de outras pessoas neste post).
Não cheguei a ficar chateada, pois meus maiores interesses na região de Odaiba eram dois museus.

Meu roteiro, no fim das contas, foi bem simples:
-atravessei a Rainbow Bridge usando a linha Yurikamome,
-visitei o museu Miraikan,
-assisti a rápida apresentação do Unicorn Gundam,
-almocei no Shopping Divercity, e
-experienciei o Mori Building Digital Art Museum teamLab Borderless.

Pode parecer pouco, mas as visitas aos dois museus demandaram várias horas (cerca de duas horas no primeiro e três no segundo). Claro, questão de gosto pessoal, eu adoro museus.
Sem contar que, entre uma atração e outra, pude ver, mesmo que de longe, vários dos pontos citados aqui, como os prédios da Fuji Television, o da Telecom Center e a roda gigante do Palette Town.
E posso dizer que foi um dos dias que mais curti durante minha estadia em Tóquio.


Vai a Odaiba

Acho que deu pra dar uma boa ideia do montão de coisas legais que tem para se fazer em Odaiba. Espero que vocês não deixem de ir a esta região quando estiverem em Tóquio.


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