Passei quatro dias em Viena durante a viagem de duas semanas que fiz passando por Budapeste, Viena, Cesky Krumlov e Praga (lê o roteiro completo aqui), e neste post relato como foi minha experiência.
1º dia
Duas coisas curiosas aconteceram no trajeto de trem entre Budapeste e Viena. 1ª enquanto o trem estava no território da Hungria, o calor dentro do vagão estava infernal, mas no momento em que entrou na Áustria o ar-condicionado passou a funcionar e ficou bem agradável. 2ª assim que atravessamos a fronteira, se materializaram uns policiais austríacos pedindo passaportes e verificando a documentação de todo mundo!
Da estação Hauptbahnhof fui a pé até o hostel Meininger Vienna Central Station, bem perto. Deixei minha bagagem no depósito do hostel e me toquei de metrô pro centro da cidade. Desci bem em frente à famosa Ópera.
Estava eu bem tranquila curtindo os detalhes do prédio e chega um vendedor de ingressos de óperas e concertos. Eu ainda estava no clima de não ter sido incomodada por absolutamente ninguém em Budapeste, não estava esperando vendedor chato por estas bandas. Mas daqueles chatos mesmo, não se contentou em ouvir não após não, tive que sair caminhando e deixar ele falando sozinho… 😀 Na verdade, não era temporada de espetáculos da Ópera (período de férias), mas havia opções em diversos outros estabelecimentos.
Procurei alguns lugares para almoçar e fiquei um pouco assustada com os preços (claro, para piorar eu estava na parte mais turística da cidade), mas para minha alegria encontrei um Vapiano – aquela rede de comida italiana boa, bonita e barata. Comi super bem (um risoto de camarão e aspargos) por um valor decente.
Pesquisei um free walking tour e vi que sairia um da frente do museu Albertina às 14 horas. Antes ainda deu tempo de dar uma passada rápida pelos pátios de Hofburg e entrei rapidamente na Igreja de São Miguel. Suficiente para bater aquele “nossa! que cidade linda!”.
Chegando lá, havia mais de um grupo aguardando a saída do tour, me juntei a um qualquer e acabei não prestando atenção no nome da empresa… 🙄
De qualquer forma, o tour foi muito bom. Fomos levados por cerca de duas horas e meia pelas partes externas de Hofburg (o que ocupou mais da metade do passeio, já que o lugar é enorme, rico em detalhes e histórias), depois pela rua de pedestres Graben, passando em frente à Mozarthaus e finalizando junto à Catedral de Santo Estevão (Sthephansdom). Parece um tour curto, e até é em distância, mas não em conteúdo. Bastante focado na história e nos hábitos dos vienenses.
A guia deu várias dicas de eventos culturais rolando na cidade, grande parte deles gratuitos. Em um momento, ela comentou: “nossa carga tributária é uma das maiores do mundo. Pagamos praticamente 50% do que recebemos em impostos. Em compensação, nossa seguridade social é excelente, e temos o ano inteiro eventos como este, grátis” – falou isso apontando para o cartaz de um festival de dança contemporânea que estava rolando na cidade.
Como o tour acabou ao lado da catedral, aproveitei para entrar e conhecê-la. Muito bonita, grandiosa, com vitrais coloridos e cheia de detalhes lindos.
Saindo dali, fui matar a vontade de experimentar a famosa torta sacher. Sou chocólatra 😀 , e não via a hora de comer a tal torta, eu me imaginava me deliciando com o sabor do chocolate… pois não foi bem assim. Foi bem decepcionante até. A torta é bem seca e a porção de chantilly que servem com ela é essencial para ela descer melhor! Ok, pelo menos matei a curiosidade.
Fui caminhando em direção à outra igreja gótica das proximidades (além do Stephansdom), a Votivkirche. No caminho fui me encantando ainda mais pela cidade (confesso que eu não tinha grande expectativas).
A fachada da igreja Votivkirche estava tapada, em restauros, uma pena. Entrei faltando cinco minutos para o seu fechamento, e quando vi seu interior, literalmente fiquei de boca aberta! Maravilhosa!
Pontualmente às 18 horas, um senhor começou a tocar para fora da igreja as pessoas, pois era hora de fechar. Não adiantava se fazer de desentendido e seguir olhando e tirando fotos, o senhorzinho ia lá, pegava a pessoa pelo braço e mostrava o caminho da porta. 😀
Fui até o belíssimo prédio da Prefeitura, a Rathaus. Ele também estava com boa parte da sua fachada coberta, mas por um motivo sensacional: estava acontecendo um festival de cinema ao ar livre, com um enorme telão em frente ao prédio e dúzias de bancos e cadeiras para o público. A programação de projeções era diária, alguns dias filmes, em outros concertos… tudo isso grátis! Além disso, havia diversas barracas de comidas e bebidas (esses não eram grátis 🙂 ), muita gente já circulando, aguardando o horário de início de exibição, enfim, um lugar com um climão muito legal.
Passei em frente ao prédio do Parlamento (lindo, seguindo o padrão do que eu já tinha visto até aquele momento) e fui até a Maria-Theresien-Platz, com seus dois prédios “gêmeos” que abrigam os museus de história natural e de belas artes.
A tarde já ia caindo e a luz do sol estava dando uma coloração amarelada sensacional aos prédios e estátuas. Para complementar, uma moça com um violino fazia uma apresentação, alternando músicas clássicas com músicas pop.
Entrei no Museumsquartier só para ver como era o espaço e achei muito legal a quantidade de bancos e de pessoas por ali papeando, lendo, descansando… Me sentei em um dos bancos e fiquei curtindo o local.
Notei que havia um pequeno palco e umas cadeiras posicionadas como para uma apresentação, mas não dei muita bola. Quando me levantei para ir embora, achando que o dia não poderia ser melhor e mais surpreendente do que já fora, eis que entra um grupo de músicos para um concerto, com peças de Vivaldi e Tchaikovski! 😮 Ainda fiquei lá assistindo a boa parte do espetáculo.
Saindo do Museumsquartier, o sol estava terminando de se pôr, e olha a cor que o céu estava:
Olha, eu não esperava muito de Viena além de bons museus, uma cidade limpa, organizada e com bons eventos culturais. Mas depois de todo o esforço que a cidade fez para me conquistar 😛 … ela conseguiu. Eu estava embasbacada!
Em frente à estação de metrô avistei um supermercado, e só então me lembrei que eu precisava comprar coisas para comer e beber, mas ele já estava fechado. Voltei para o hostel e perguntei se havia algum mercado aberto por perto, mas me disseram que àquela hora, não tinha nada! Ainda bem que o próprio hostel vende umas bebidas e uns lanches, jantei um sanduíche com uma cervejinha austríaca – muito boa, por sinal.
Alguns gastos do dia (euros):
- tíquete de metrô: 2,20
- almoço no Vapiano: 10,90
- torta sacher: 5,00
- ceva+sanduíche no hostel: 5,00
2º dia
Tomei café no hostel (pago à parte, mas ótimo). Fiz as contas e vi que valia a pena eu adquirir um Vienna Card, que dá desconto em vários lugares e isenção no transporte público. Adquiri, no próprio hostel, o válido por 72 horas.
Peguei o metrô e comecei o dia indo a um dos lugares que eu mais queria conhecer em Viena: museu Albertina.
O nome do museu deve-se ao casal que teve um papel fundamental no desenvolvimento dessa espetacular coleção de obras de arte: o duque Alberto e a princesa Maria Cristina (Alberto+Cristina=Albertina). A coleção engloba obras de diversas correntes artísticas, além dos aposentos reais que são puro luxo – realeza austríaca, esperar o quê? 😀
Uma exibição chamada “De Monet a Picasso” reunia várias obras desse período, muitas delas de artistas impressionistas e pós-impressionistas – adoro! Na exibição de arte contemporânea, que não costuma me agradar, fiquei bastante impressionada com as obras de Gottfried Helnwein.
Saindo dali, passei no centro de informação ao turista logo em frente para pegar orientações de como chegar ao Hundertwasserhaus, aquele conhecido prédio colorido. O atendente não foi grosseiro, mas também não muito amigável, eu não entendi muito bem o que ele disse sobre qual lado da rua pegar o tram para ir até lá, só entendi que era em frente à Ópera. Fui no instinto mesmo, e peguei o que passava no sentido leste, direção onde fica o Hundertwasserhaus. Uns 10 minutos depois, me convenci que o tram se afastava cada vez mais do centro da cidade, desci em uma área completamente residencial e peguei o do sentido contrário. O tram faz toooda uma volta ao redor do centro. Aquele que eu achava que estava voltando, na verdade era o que estava indo 😛 . Ainda bem que eu estava com um cartão que isentava o transporte público, senão teria colocado fora o valor da passagem.
Finalmente cheguei no Hundertwasserhaus. É muito bonitinho e curioso, mas a verdade é que é somente um prédio (residencial, não existe uma visita interna nem nada do tipo). Alguns cafés e lojinhas de artesanato nos arredores e nada mais.
Caminhei até a estação de metrô mais próxima e voltei para o centro, descendo na Stephanplatz. Ali em frente tem algumas barracas que vendem linguiça no pão, um lanche bem tradicional na cidade. A linguiça pode ser com ou sem queijo. Provei a com queijo, claro, acompanhada de um copo de ceva local. Delícia.
Fui conhecer parte da estrutura interna de Hofburg, visitando com o mesmo ingresso a Coleção de Pratarias, os Aposentos Reais e o Museu Sisi.
Passei pela Coleção de Prataria rapidamente. Estão expostos dezenas de conjuntos de pratos, talheres e aparatos usados nos banquetes reais e, apesar de ser tudo muito lindo e luxuoso, em poucos minutos achei repetitivo e entediante.
Já a parte dos Apartamentos Reais, curti bem mais. Passamos por diversos ambientes com as mais variadas funções, desde “sala de espera das audiências com o imperador”, até quartos, salas de jantar, etc. Tudo decorado com muita pompa, muitos quadros e esculturas, tapetes ornamentais, lustres, cortinas de veludo, e toda a abundância que cercava a família dos Habsburgo. Um lugar de encher os olhos.
Finalizando, há o Museu Sisi, que conta a história de vida dessa figura bastante interessante e expõe muitos dos seus objetos de uso pessoal, fotos, cartas, vestidos e afins. Bem legal!
Saindo de lá, fiz outra visita dentro de Hofburg: a Biblioteca Nacional Austríaca. É uma visita curta e até mesmo dispensável para quem está em uma viagem mais econômica, mas é sem dúvida um ambiente lindo.
Fui até a Karlskirche, mas não quis (pagar o ingresso para) entrar. Sentei em frente a ela e fiquei apreciando o visual e curtindo o movimento de pessoas.
Me lembrei que a moça do hostel tinha me alertado que os mercados fechavam cedo no sábado e me dirigi ao mais próximo para garantir meus mantimentos.
Estava eu bem feliz olhando diversos produtos, escolhendo tranquilamente o que eu iria levar. Nem na metade das compras, ouvi alguém gritando no corredor em que eu estava. Olhei para trás e vi que a mulher gritava comigo. Fiquei parada sem entender nada – ela estava falando em alemão – enquanto ela corria na minha direção. Quando ela chegou perto, disse (em inglês, pois viu que eu não estava entendendo) que o supermercado estava fechado. Eu tinha uns 4 ou 5 produtos na mão, então fui voltando exatamente pelo mesmo caminho e largando no lugar as coisas que eu tinha pegado. Quando larguei a última, lá vinha a mulher na minha cola de novo, gritando mais uma vez que o supermercado estava fechado. Caramba! Eu já estava quase na porta por onde eu tinha entrado, mas estava bloqueada com carrinhos de compras. Também gritei: “onde é a saída?”. 😀 Ela me mostrou por onde eu tinha que dar a volta, e me fui, mais uma vez sem conseguir comprar alimentos para jantar e tomar café da manhã…
Voltei para o hostel e mais tarde procurei algum lugar para jantar ali pelas proximidades. Não achei nada muito apetitoso e acabei comendo um saladão com frango.
Alguns gastos do dia (euros):
- café da manhã no hostel: 6,90
- Vienna Card 72 horas: 24,90
- entrada Museu Albertina (com desconto do Vienna Card): 10,50
- pão com linguiça+ceva: 8,30
- entrada Coleção de Pratarias+Aposentos Reais+Museu Sisi (com desconto do Vienna Card): 12,90
- entrada Biblioteca Nacional Austríaca (com desconto do Vienna Card): 6,30
- janta perto do hostel (salada com frango): 8,00
3º dia
Novamente paguei para tomar café da manhã no hostel, pois eu não estava tendo sorte com os supermercados de Viena. 😀
Peguei o metrô e fui diretamente ao Palácio de Schönbrunn. Chovia muito. No pequeno trajeto entre a estação de metrô e o palácio, uma confusão de pessoas com sombrinhas e capas de chuva, além daquelas completamente molhadas.
A fila da bilheteria estava bem grande. Demorei uns 15 minutos para comprar meu ingresso, pensando “que bom, até que não demorou”. 😀 que esperança. Olhei para o ingresso e lá estava meu horário de visita: 11:40 – ou seja, dali a 90 minutos!
Já que o jeito era esperar e a chuva estava bem forte, tornando a visita aos jardins bem complicada (eu estava de capa, mas não dava conta de tanta chuva), o que me restava era… comer. Fui no restaurante todo chique do palácio e pedi uma torta de maçã e um cappuccino. A torta nem estava grande coisa… :/
Finalmente chegado o meu horário, larguei a mochila no guarda-volumes, peguei o áudio-guia (incluso no valor da entrada) e iniciei minha visita.
Existem dois tipos de ingressos para conhecer o interior de Schönbrunn: o Imperial Tour, com duração prevista de 30’- 40’ e o Grand Tour, que foi meu escolhido, com duração prevista de 40’- 50’, um pouco mais caro mas visitando uma parte maior. Esses tempos são estimados porque cada pessoa vai seguindo o percurso único, acompanhando com o áudio-guia e levando o tempo que quiser para contemplar os aposentos e ler as placas informativas. Eu certamente levei mais de hora e meia.
Além da parte interna, existem outras áreas a serem visitadas, com ingressos pagos à parte. Existem também alguns tíquetes combinados para determinadas atrações. Os tipos de ingressos, valores e horários atualizados podem ser conferidos aqui.
Este palácio era nada mais nada menos do que a residência de verão da família imperial austríaca. Todo o luxo que eu já tinha visto no dia anterior em Hofburg, foi ultrapassado com larga vantagem. A decoração, os lustres, os tapetes, os objetos, as pinturas, afrescos no teto, tudo era mais. Mais suntuoso, mais rico, mais ornamentado. Uma pena não poder tirar fotos lá dentro (por outro lado, isso faz com que a visita flua melhor e seja mais tranquila).
O Grand Tour permite conhecer 40 dos 1440 aposentos do palácio 😮 ! E é simplesmente espetacular! A espera e a chuva que encarei antes da visita foram esquecidas em poucos minutos! Sem dúvida, se eu tivesse que escolher entre Hofburg e Schönbrunn para visitar, ficaria com o segundo.
Alguns aposentos em especial são muito marcantes, como o grande salão usado para celebrações (com um afresco enorme decorando todo o seu teto) e as salas ovais chinesas.
Quando terminei o tour, felizmente tinha parado de chover e fui conhecer o também maravilhoso jardim.
Além dos belíssimos canteiros com flores coloridas, existem esculturas e fontes espalhadas pelo gigantesco espaço. A visita a essa parte do palácio é gratuita.
Fui ziguezagueando por dentro do parque até chegar na parte mais alta, onde fica o Gloriette.
Essa estrutura já serviu como salão para jantares durante o Século XIX (imaginem um banquete ali, chiquérrimo). Hoje, abriga um café e, mediante pagamento de ingresso, é possível acessar seu terraço, de onde se tem uma linda vista de Schönbrunn e seus arredores.
Fui descendo devagar e aproveitando mais do jardim e da fachada frontal do palácio, pois quando cheguei a chuva não havia me permitido.
No metrô, voltando ao centro da cidade, fui lendo um guia de papel que eu havia ganhado no hostel e pesquisando alguma coisa diferente para fazer. Li sobre o Shopping Gerngross que tinha um restaurante com vista panorâmica no seu terraço. Chegando lá, tudo fechado (era domingo)! Um elevador levava ao último andar, onde havia um outro restaurante aberto, porém, esse sem vista! 😕 Baita furada.
Segui caminhando por essa rua. Muito comércio, mas pouquíssimas coisas abertas, somente alguns restaurantes e lojas de souvenirs. Cheguei ao lado do Museumsquartier e quando vejo, o supermercado em frente à estação de metrô estava aberto! Que alegria! \o/ Saí bem faceira cheia de lanches, comidas prontas, bebidas, etc. 😀
Já era fim de tarde, retornei para o hostel e sosseguei por lá.
Alguns gastos do dia (euros):
- café da manhã no hostel: 6,90
- ingresso Grand Tour Schönbrunn (não há desconto com Vienna Card): 17,50
- torta de maçã+cappuccino no café de Schönbrunn: 10,10
- ingresso Gloriette (com desconto do Vienna Card): 3,20
- lanches, refeições e bebidas no supermercado Spar: 14,45
4º dia
Depois do meu café da manhã mais econômico (sanduíche+suco comprados no super), fui para o Palácio Belvedere.
De maneira semelhante a Schönbrunn, o Belvedere também possui diferentes tipos de visitação: os jardins (que tem entrada gratuita), o Baixo Belvedere (onde ocorrem exibições especiais e há uma construção que funcionava como estufa), a 21er Haus (que é um museu de arte contemporânea) e, o que escolhi, o Alto Belvedere (museu com exposição permanente). Os ingressos podem ser individuais ou combinados (mais informações aqui).
O Alto, ou Upper Belvedere, tem salas lindíssimas e uma exibição de obras de artistas importantes, além da maior coleção do artista austríaco Gustav Klimt – aquele cuja obra mais famosa é “O Beijo”. Uma pequena multidão se forma em frente a esse quadro.
Depois da visita ao museu, percorri os jardins.
Eu tinha em mente que, se desse tempo durante a estadia em Viena, eu faria um bate-volta a Bratislava. Após sair do Belvedere, ainda passei na estação e vi os horários de trens disponíveis, mas me convenci que seria muita correria para aproveitar pouco tempo, pois já passava de meio-dia.
Fui ao Naschmarkt. Além de adorar conhecer mercados, procurei também um lugar para almoçar. Cheguei lá com a ideia fixa de que comeria finalmente o famoso schnitzel, um bife de porco à milanesa bem tradicional. Depois de ver as bancas de frutas, legumes temperos e alimentos variados, vi um cartaz de um restaurante que servia schnitzel com batatas, na foto o prato parecia bem apetitoso. Nem pensei, sentei à mesa e quando o senhor veio trazer o cardápio, já pedi o schnitzel e uma cerveja. Ele me perguntou se eu queria cerveja austríaca ou russa. Achei estranho, como assim cerveja russa? Pedi a austríaca. Somente aí olhei com atenção para a placa do restaurante… e era um restaurante russo! Já tinha feito o pedido mesmo, o jeito era torcer para que fosse bom. Quando o prato chegou, era um bife de frango! E nem empanado era! Perguntei para o senhorzinho: “isso é o schnitzel?”. Ele, bem feliz, balançando a cabeça: “sim, sim, schnitzel!”. Fazer o quê, né, o jeito foi comer.
Decidi que pelo menos comeria uma sobremesa bem gostosa. Passei por uma banquinha de doces árabes e pedi um pedaço de baclava, que eu adoro. Pois então… a baclava também estava uma porcaria. Gordurenta, massuda. Ai, ai, ai…
Fui pro hostel tirar uma soneca e decidir o que fazer nas minhas últimas horas em Viena. Dei uma organizada nas minhas coisas pra seguir viagem no dia seguinte e então resolvi ir até a Donauturm.
Da estação de metrô até a torre, é uma caminhada bem agradável de uns 15 minutos por dentro de um bonito parque.
Apesar da torre possuir 252 metros de altura, sua plataforma de observação está a 150 metros. Mas isso já é suficiente para se ter uma vista incrível da região. A distância do barulho da cidade também é muito agradável, proporcionando uma enorme sensação de paz.
Após um bom tempo curtindo o visual de todos os ângulos que a plataforma de observação permitia, subi mais um andar e fui ao café da torre (e no andar seguinte ainda funciona um restaurante, que deve ser um lugar sensacional para um jantar).
Pedi somente um cappuccino, pois eu só queria era aproveitar por mais tempo a paisagem. Me distraí um pouco olhando o menu, e quando olhei novamente pela janela tive a estranha sensação de que o cenário tinha mudado. Fiquei observando atentamente e só aí me dei conta que o estabelecimento era giratório! 😀 foi uma agradável surpresa!
Tomei meu cappuccino com toda a calma do mundo, e esperei a volta se completar. Depois disso, ainda desci novamente à plataforma de observação e fiquei ali mais tempo, olhando as pessoas no parque lá embaixo, bem pequenininhas, correndo, jogando futebol ou brincando com as crianças.
Peguei o metrô e desci em frente à Catedral de Santo Estevão, a fim de fazer um percurso de “despedida” da cidade. Passei pela Rua Graben e segui por dentro de Hofburg, passando por Heldenplatz e Maria-Theresien-Platz, até o Museumsquartier, em um trajeto que concentra uma quantidade absurda de coisas lindas em uma curta distância. Aliás, é um trajeto que recomendo para quem tem pouco tempo na cidade e quer ver o que ela tem a oferecer.
E novamente Viena estava me presenteando com a luz do entardecer que deixava tudo ainda mais bonito.
Voltei para o hostel e só não estava chateada por ter que ir embora porque eu estava seguindo para o lugar mais esperado deste roteiro: Cesky Krumlov.
Alguns gastos do dia (euros):
- Upper Belvedere (com desconto do Vienna Card): 12,50
- Schnitzel fake com cerveja russa no Naschmarkt 🙄 : 13,80
- Donauturm (com desconto do Vienna Card): 7,90
- Cappuccino no café giratório da torre: 4,30
De Viena a Cesky Krumlov
Utilizei meus últimos minutos de transporte público grátis com o Vienna Card (tudo friamente calculado 🙂 ) e fui de metrô até a estação de trens de Westbahnhof. Aguardei em frente ao Hotel Mercure meu transfer para Cesky Krumlov que já estava agendado, mas falo um pouco mais sobre isso no próximo post.
Hospedagem
Meininger Vienna Central Station (Hauptbanhof) – €93,60 por quatro diárias em quarto feminino com quatro camas.
Foi bem difícil encontrar uma hospedagem em Viena, quando era mais em conta ficava muito longe do centro, e quando era próxima ao centro era bem cara! Optei por ficar nesse hostel, colado a uma estação de metrô, e usar transporte público para conhecer a cidade. O quarto que fiquei era muuuuito abafado, um pequeno ventilador me salvou, mas as pessoas que ficavam mais longe dele deviam sofrer com o calor. Engraçado pensar em passar tanto calor em Viena, uma cidade que nos remete a frio e neve, mas no mês de agosto estava bem quente. No mais, a cama era confortável, o quarto tinha um banheiro privativo com chuveiro bom, o wi-fi funcionava bem e os funcionários eram bem gentis e educados. O café da manhã é pago à parte, não é barato, mas fui em dois dias e estava muito bom e super bem servido.
A viagem relatada aconteceu entre 04 e 07 de agosto de 2017.
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